O governador da Bahia, Rui Costa (PT) criticou, na manhã desta quinta-feira (23), a decisão do Ministério da Saúde em realizar uma consulta pública para definir a inclusão de crianças no plano de vacinação contra a Covid-19. Medida foi tomada após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso da vacina da Pfizer em pessoas de 5 a 11 anos, no dia 16 de dezembro.
Durante a entrega da reforma da Emergência do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, Rui disse ao bahia.ba que o governo federal ?quer fazer política? com o tema da vacinação em crianças.
“Esse padrão de comportamento que levou a quase 620 mil mortes no Brasil. Se para negar outras vacinas, como a Sputnik, ele (governo federal) se sustentava no parecer da Anvisa, agora nega a Avisa. Quer dizer, esse pessoal parece que gosta de contabilizar cadáver, mesmo que sejam de crianças. É um absurdo completo. Nações do mundo inteiro, Estados Unidos, países da Europa, estão vacinando crianças, mas eles aqui querem fazer política com isso. É triste. Eu só tenho a dizer que a gente tá em contagem regressiva pra se livrar desse tipo de ignorância”, disse o governador.
Ainda durante o evento, a secretária de Saúde do Estado, Tereza Paim, disse que a vacinação em crianças foi uma decisão “acertada” da Anvisa e “não cabe uma consulta pública para decidir essa ação”.
“Geralmente, em novidades pandêmicas, estudos são realizados, mas a urgência e o avanço da tecnologia fez com que esse processo fosse mais acelerado. [?] O mundo já provou, mais de 16 países já estão utilizando (vacinas) em crianças, e a Anvisa, acertadamente, fez a deliberação. Dentro do panorama, também científico, não cabe essa consulta pública. O que torna um agrave maior é saber que a consulta é pública, para além disso, existe consulta com especialistas, e na sua grande maioria avaliada por técnicos com experiência no assunto”, disse Tereza.
A consulta ficará disponível até o dia 2 de janeiro de 2022. Após o encerramento, as contribuições apresentadas serão alvo de uma audiência pública prevista para o dia 4 de janeiro. No dia seguinte, o ministério deverá anunciará a decisão. (Texto e foto – Mattheus Miranda-bahia.ba).