Agentes da Polícia Federal permanecem no município de
Itaberaba, na Chapada Diamantina, neste domingo (22), investigando denúncias de
irregularidades contra o prefeito João Almeida Mascarenhas Filho (PP).
Acusações de desvios mensais de mais de um milhão de reais feitas pelo próprio
primo, Alberto Magno, ex-secretário de Administração, foram o estopim das
investigações da PF e do Ministério Público Federal.
No dia 15 de janeiro deste ano, três homens armados entraram
na casa do ex-secretário fizeram três reféns e levaram documentos que continham
informações sobre fraudes e desvios de recursos públicos na gestão do pepista.
[Apontaram uma arma para a cabeça da minha filha de nove anos], detalhou ao
Bocão News.
Toda ação foi gravada pelas câmeras de segurança da
residência e os invasores identificados. O delegado Jean Silva Souza concluiu o
inquérito, indiciou e pediu a prisão preventiva de Lúcio Flávio Soares Santos,
Gilvan Alves dos Santos e Eduardo Ferreira Lopes. Os três continuam foragidos.
[O vereador Paraná [PHS], presidente da Câmara esteve na minha casa tentando me
convencer a não deixar o governo e achou que as câmeras estavam desligadas.
Quando eu fui ao Ministério Público protocolar a minha carta de demissão, que
estava pronta desde o dia 12 de janeiro, os criminosos entraram e levaram
vários documentos], detalhou afirmando ser [pesada] a carta de demissão encaminhada
ao MP.
O ex-secretário
responsabiliza o prefeito pela invasão a sua residência. [Tudo nessa cidade
passa por ele. Todos os recursos aqui de Itaberaba tem desvio. A coisa aqui é
grandiosa demais. Tem corrupção em tudo. Desde as mínimas coisas até a Saúde e
a Educação].
Magno apresentou
alguns documentos que podem comprovar a fraude e que não foram roubados.
Parte dessa documentação será exibida neste domingo em uma
reportagem especial do Fantástico. O repórter Eduardo Faustini teve acesso a [cheques
que provam a utilização de laranjas e pagamentos de funcionários fantasmas,
licitações fraudadas, reuniões arranjadas e concorrência com uma empresa
apenas, empresas fantasmas em Feira de Santana, pagamentos de salários para a
cunhada do prefeito, seu sobrinho, empregados particulares e outros parentes].
As denúncias de
irregularidades também já haviam sido apresentadas pelo Jornal da Chapada. [No
começo, a polícia local parecia que estava agindo em defesa da prefeitura. A
polícia inicialmente pediu para atestar se as imagens da invasão e do roubo de
documentos eram verdadeiras. Ficaram 45 dias sem se movimentar. Depois que a
polícia Federal começou a agir e a imprensa nacional entrou na história ficou
difícil não ver as irregularidades].
Alberto Magno é administrador de empresas e primo do
prefeito, mas afirmou que não o conhecia e foi convidado pela sua experiência
administrativa na cidade de Pojuca. [Sou administrador de empresas, com
experiências em banco e multinacionais. Eu vivi 39 anos em outras cidades. E
pelo trabalho que eu fiz em Pojuca ele me convidou. Achei que seria um
reencontro com amigos de infância, onde eu poderia me aposentar tranquilamente,
mas não foi o que aconteceu. Fiquei cinco anos e meio na prefeitura e sempre
tive coragem de dizer o que era indecente e imoral, mas ele não respeita. Ele
gosta da pessoa debaixo dos pés dele], explicou descrevendo o perfil do primo. (Bocão News/Jornal da Chapada)
Fotos: Jornal da Chapada