O anúncio do secretariado do governador diplomado Jerônimo Rodrigues (PT) agradou a base política e desagradou quem esperava grandes mudanças nas pastas estaduais. O governo que, inclusive, fez diversas promessas de modificações durante a campanha, não atendeu às expectativas dos simpatizantes do partido.
“Havia uma expectativa enorme de mudanças de quadros em áreas sensíveis como a Segurança Pública, a Educação e a Saúde”, afirmou o cientista político, Cláudio André de Souza. “No entanto, há um sentido de continuidade de governo”, avaliou.
Na segunda-feira (19), Rodrigues reuniu a imprensa no auditório da Desenbahia para comunicar os novos quadros que vão compor o seu governo, a partir de 1º de janeiro. A Segurança Pública, no entanto, ainda não foi revelada por Jerônimo que deve anunciar novos secretários na quarta (21).
O que chama atenção nestes novos quadros é a representatividade feminina na política, na ocasião, o governador eleito emplacou o nome de três mulheres que vão compor o primeiro escalão do Estado, sendo elas: Adélia Pinheiro, na Educação; Fabya Reis, atual secretária de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), que ocupará a pasta desmembrada e passará a ser chamada de Assistência e Desenvolvimento Social; e Roberta Carvalho, na Saúde.
Para Cláudio André, este é um dos “saldos positivos dos anúncios” do governo eleito. “A representatividade feminina vai se fazer presente em duas secretarias estratégicas, que terão visibilidade, com muito orçamento e eu vejo que isso é muito interessante do ponto de vista político”, ressaltou.
Em entrevista ao bahia.ba, na segunda-feira (19), a segunda deputada mais votada e reeleita na Bahia, Olívia Santana (PCdoB), celebrou o feito e revelou o seu anseio por mais mulheres nos cargos de primeiro escalão. “Eu gostei de ver a nomeação das três mulheres, mas ainda não é do jeito que a gente gostaria. Torço que mais mulheres possam chegar, porque três mulheres ainda é muito pouco”, disse.
Renovação
A mudança administrativa proposta pelo próximo chefe do Executivo trouxe “velhos conhecidos da política”, entretanto, apresentou nomes que demonstram potencialidade e renovação no cenário estadual. O novo secretário de Direitos Humanos e Justiça, Felipe Freitas, por exemplo, e o chefe de gabinete, Adolpho Loyola, são símbolos desta nova era petista.
Segundo Cláudio, “essas mudanças são positivas, neste novo governo e secretariado”, ponderou. De acordo com o cientista político, as modificações vão alavancar a estratégia política, ?sobretudo por se tratar de um governo polarizado, eleito com uma margem pequena de votos.”
Já a parlamentar Olívia Santana (PCdoB) narra a sua emoção, durante a nomeação de Felipe Freitas. “Eu me emocionei em vê um jovem negro que sempre fez militância no movimento social e que hoje é um doutor especializado na Defesa dos Direitos Humanos, que vai assumir a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos”, enfatizou.
Educação
A pasta que teve o aval do governador eleito passa a ser administrada pela futura secretária Adélia Pinheiro. Alvo de muitas críticas durante a campanha eleitoral, a atual titular da Saúde tem um desafio de alavancar a educação baiana, principalmente, na zona rural do estado. Veja aqui entrevista de Adélia após a sua nomeação.
Em entrevista ao bahia.ba, Claudio André analisou favoravelmente a escolha, conforme ele, Adélia “tem potencial para cuidar da pasta.”
“Eu acho que é desafio tê-la na educação, ela é ex-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Embora, o maior desafio seja a gestão da educação básica, penso que ela vai montar um secretariado voltado para isso”, confessou. (Gabriela Araujo – bahia.ba).
Foto: Manu Dias / PT