Um terço de União Brasil e Republicanos faltou à sessão que manteve Brazão preso

A sessão que decidiu manter a prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL), foi marcada pela ausência de um terço das bancadas dos partidos União Brasil e Republicanos.

As siglas integram o “Centrão”, agrupamento de legendas de direita e centro hoje liderado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Os partidos somam grandes bancadas na Câmara, com 58 deputados, no caso da União Brasil, e 42, no Republicanos.

Estratégia ? As ausências integram a estratégia traçada por líderes do centrão que buscavam derrubar a prisão do deputado. Para referendar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de mandar prender o parlamentar, era necessário apoio da maioria absoluta da Casa, ou seja, de 257 votos. Ao final, porém, foram 277 votos para deixar o deputado na prisão, 129 contrários, 28 abstenções e 78 ausências.

Na prática, portanto, quem não se posicionou para manter a detenção, com abstenção ou ausência, alinhou-se à tese pela derrubada da prisão de Brazão. Um grupo de deputados fez campanha para libertá-lo com o discurso de que a prisão viola prerrogativas de parlamentares previstas na Constituição e abriria um precedente perigoso para o parlamento.

Na União Brasil, foram 16 votos para manter a prisão, 22 contrários, 18 ausentes e duas abstenções. No Republicanos, 20 deputados apoiaram a prisão, 8 se opuseram e 14 não compareceram à sessão.

Já no PP, outro partido forte do centrão, o cenário foi de maior divisão. Foram 18 votos favoráveis, 10 contrários, 12 abstenções e 9 ausências. A legenda tem 50 deputados. Do total de 513 deputados, 77 faltaram e 28 se abstiveram. O próprio Brazão não poderia votar e Lira só o faria em caso de empate. (bahia.ba).

Foto: Agencia Câmara

Tópicos