Um dia depois de o Governo
conseguir aprovar na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) o reajuste de 4%
para os servidores públicos, um relatório da Secretaria da Fazenda do Estado
(Sefaz-BA) mostra que há uma margem de quase 10 pontos percentuais entre o que
se gasta com despesa de pessoal e o limite máximo previsto na legislação.
A folga foi verificada quando se
comparou o gasto com servidores com a Receita Corrente Líquida do Estado (RCL)
de 2023.
No ano passado, de janeiro a
dezembro, a folha do Executivo custou R$ 22,830 bilhões, o que representou
39,98% da RCL, enquanto o Limite Máximo era de 48,60%. Naquele ano a RCL foi de
R$ 57,1 bilhões.
“Os números mostram que o Governo
tem condições de oferecer uma remuneração mais digna aos servidores, só falta a
boa vontade política do governador”, afirma Alan Sanches (União Brasil), líder
da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Nesta terça-feira (28), o governo
recusou uma emenda apresentada por Sanches que propunha reajuste linear de 10%,
e não 4% como dizia o projeto original que acabou sendo aprovado no plenário,
com voto contrário da oposição.
O relatório do 1º Quadrimestre de
2024, disponível no site da Sefaz-BA, reitera que há espaço no orçamento para
melhor a remuneração do funcionalismo público na Bahia, indicando, inclusive,
que a participação da despesa com pessoal em relação à RCL diminuiu para
38,46%, considerando o período de maio de 2023 a abril de 2024.
Segundo o mesmo relatório, a RCL
de 2024 é de R$ 63,1 bilhões – seis a mais do que no ano anterior.
O relatório do 1º Quadrimestre de
2024 aponta ainda que a Bahia apresentou superávit de R$ 5,7 bilhões, somente
nos quatro primeiros meses deste ano.
“Novamente a gente vê, pelos
números do próprio governo, que é uma questão de decisão política. Nesses 18
anos de governo, o PT escolheu fazer exatamente o oposto daquilo que prega e
deixou à míngua os trabalhadores que fazem a máquina do Estado girar”, assevera
Alan Sanches. (Ascom).
Foto: Sandra Travassos/Ascom/Alba