O valor simbólico do extinto
Porto do Moreira para a vida cultural de Salvador nos últimos 50 anos foi a
tônica da moção de pesar do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia –
ALBA, deputado Adolfo Menezes (PSD), apresentada à Mesa Diretora da Casa,
dedicada ao último proprietário do tradicional restaurante, estabelecido desde
1938, no Centro de Salvador.
Francisco Moreira da Silva
faleceu de insuficiências renal e respiratória, aos 77 anos, em Salvador, na
última sexta-feira. Ao prestar a homenagem póstuma a Chico, como era
carinhosamente chamado pela legião de admiradores do restaurante, o chefe do
Legislativo estadual ressalta a efervescência cultural e histórica do espaço.
“Inaugurado, ou melhor, entregue
à boemia soteropolitana em 7 de setembro de 1938, o Porto do Moreira, por mais
de meio século, assentou em seus dois estreitos corredores de mesas figuras
ilustres da vida cultural baiana”, lembra o parlamentar, jogando luz em nomes
do naipe do escritor Jorge Amado, do cineasta Gláuber Rocha, do cantor Caetano
Veloso e dos jornalista Florisvaldo Mattos, Tasso Franco e Paolo Marconi entre
outros.
Ao historiar a vida do Porto do
Moreira, lembrando que o restaurante foi fundado pelo carpinteiro português
José Moreira da Silva, pai dos saudosos irmãos Antônio (falecido em 2018),
Américo e Francisco Moreira, o deputado “exala o cheiro da cozinha e o tempero
das conversas”, notadamente nas tardes das sextas-feiras.
“Se estreitos, embora
aconchegantes, eram os seus corredores de mesas, oceânica era a dimensão dos
bate-papos dos ilustres frequentadores, a quem era servida uma cozinha
diversificada, saborosa e de muita qualidade, que muitos chamavam de “comida de
mãe””, justifica o chefe do Legislativo estadual.
Adolfo Menezes, na peça
legislativa, ao lamentar o fechamento do Porto do Moreira, ocorrido em 17 de
julho de 2023, fez coro às muitas homenagens feitas nas redes sociais pelos
clientes, destacando a fala do presidente da Associação Bahiana de Imprensa ?
ABI.
“Foi muito feliz o jornalista Ernesto Marques
ao dizer que “a alma da cidade da Bahia morre mais um pouquinho”, finalizou o
deputado, ontem (17.07) exatamente no dia em que o restaurante completa um ano
de fechado e de ter encolhido o patrimônio cultural da Bahia. (Ascom).
Foto: Divulgação