A reviravolta na disputa pelo
comando da Câmara, com o lançamento do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB),
apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), gerou grandes sequelas
em menos de 24 horas. Lideranças de vários partidos iniciaram conversas para
tentar formar um novo bloco que possa enfrentar Motta e dividir a base de Lira.
O líder do União Brasil, deputado
Elmar Nascimento (BA), mostrou perplexidade com a manobra de Lira. Elmar
contava com o apoio do atual presidente da Câmara. Atônito, ele deve manter sua
candidatura, pelo menos neste primeiro momento.
No entanto, caciques do MDB, do
próprio União Brasil e do PSD já começaram a dialogar. As três legendas já
lançaram nomes para a disputa e não descartam, num futuro próximo, unir
esforços em torno de uma única candidatura. Além de Elmar, Antonio Brito, pelo
PSD, e Isnaldo Bulhões, pelo MDB, também estão no páreo.
Na avaliação de um aliado próximo
de Elmar Nascimento, a candidatura dele perdeu muita competitividade, porque
ele confiava plenamente na palavra do deputado Arthur Lira. De qualquer forma,
o União Brasil vai aguardar que os efeitos desse movimento de Lira decantem
antes de iniciar uma nova articulação.
O União Brasil já tem favoritismo
na disputa pelo Senado, com a candidatura do senador Davi Alcolumbre (AP), e
não quer colocar esse projeto em risco. Ou seja, não quer deixar as negociações
na Câmara contaminarem o clima no Senado.
Integrantes do PSD e do MDB
também começaram conversas. A ideia é que esse grupo de três partidos tenha, de
fato, uma candidatura forte para enfrentar Hugo Motta.
Há uma expectativa de que a
associação de Hugo Motta com o apoio do PL, partido do ex-presidente Jair
Bolsonaro, possa criar um ambiente favorável para que a esquerda apoie outro
nome, como Antonio Brito, por exemplo.
Ao blog, o líder do MDB, deputado
Isnaldo Bulhões, disse que a bancada não fará enfrentamento.
“A bancada vai analisar a
situação com serenidade. Primeiro, é preciso decantar”, afirmou Bulhões,
ressaltando que os movimentos foram precipitados e que a eleição só acontecerá
em fevereiro do próximo ano. “Ainda tem muito tempo”, ressalta. (Por Gerson
Camarotti-G1).
Blog do Camarotti – G1
Foto: Agencia Brasil