O Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das
Relações Exteriores (Sinditamaraty) divulgou informações estarrecedoras para a
imagem do Brasil no exterior. Eles afirmam que o orçamento do Ministério das
Relações Exteriores (MRE) foi reduzido pela metade na última década e só há
dinheiro para manter o órgão até setembro. Além disso, os efeitos da crise
econômica, combinados com a alta do dólar, impõem um cenário de constantes
atrasos nos pagamentos das contas das representações do Brasil no exterior, dos
subsídios de servidores e também, do salário de terceirizados.
[Além dos constantes cortes, temos tido atrasos nos repasses
das verbas de manutenção dos postos, pagamento de aluguel das repartições e
pagamento de direitos de pessoal local], aponta Sandra Nepomuceno, presidente
do Sinditamaraty.
A situação mais grave é a dos assistentes e oficiais de
chancelaria, diplomatas e servidores do PCC e PGCE – a serviço do Brasil no
exterior, [pois têm sofrido de forma severa com os atrasos no pagamento da
verba indenizatória que lhes garante o auxílio-moradia no exterior, parte
significativa dos orçamentos familiares], explica a presidente.
Entre embaixadas, consultados e escritórios, o Brasil possui
227 representações no exterior, onde estão, aproximadamente, 2.000
funcionários, que são responsáveis pela assistência a três milhões de
brasileiros.
Atualmente, várias representações enfrentam problemas
orçamentários. Sandra Nepomuceno exemplifica: ?aluguéis de imóveis, gastos com
telefonia, diretos dos contratados locais, serviços de segurança estão
atrasados. Alguns há mais de dois meses, outros com quatro. Há casos de
cobrança reiterada, avisos de rescisão e retomada do imóvel.
No Brasil, os atrasos nos pagamentos dos contratos de
manutenção do órgão e de mão-de-obra terceirizada são frequentes. De acordo com
Sandra Nepomuceno, [as empresas repassam aos funcionários contratados o atraso
sofrido pela Administração Pública. Várias empresas ameaçam suspender a
prestação dos serviços e mesmo rescindir o contrato].
[Prevê-se que o orçamento de 2015 só dure até setembro e que
várias dívidas sejam transferidas para o próximo ano, caso não haja um reforço
no mesmo. A alta do dólar também está prejudicando gravemente os cálculos do
órgão], mesmo com o cenário desfavorável, Sandra Nepomuceno acredita na mudança
com a atuação do chanceler Mauro Vieira. [Ele se preocupa em levar o interesse
e a importância da diplomacia para o Planalto. Esperamos que isto se reflita em
rápida recuperação financeira e orçamentária para a pasta e, ainda, neste mês,
com reflexos positivos e resultados concretos das negociações que este
sindicato está empreendendo com o governo federal]. (Diário do Poder)