Lava jato está em [plena expansão], avisa procurador

A Operação Lava Jato tinha como alvo grupos de doleiros,
chegou a diretorias estratégicas da Petrobrás e avança sobre contratos de
outros órgãos públicos, Caixa Econômica Federal, Ministério da Saúde e
Ministério do Planejamento. O procurador da República Deltan Dallagnol, da
força-tarefa do Ministério Público Federal declarou nesta terça-feira, 15, que
o objeto central da apuração é a corrupção político-partidária.

[É uma investigação em plena expansão, porque ela está
desvelando um modo de fazer política em nosso País. Não é ônus de governo
federal, mas é algo que existe de modo disseminado. Hoje, o objeto do caso Lava
Jato é corrupção político-partidária, com desvio de dinheiro público para
financiamento eleitoral e para engordar os bolsos das próprias pessoas que praticam
a corrupção. É um esquema grande de loteamento de cargos públicos], sustenta
Dallagnol.

Parte da investigação da Lava Jato que cita a senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR) está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal (STF).
Investigadores temem que a apuração se desmembre, espalhando o caso por outros
tribunais ou relatores. Eles avaliam que a fragmentação dos autos pode
enfraquecer a Lava Jato.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta
segunda-feira, 14, pediu para o STF reconsiderar decisão do ministro Teori
Zavascki, relator da operação na Corte, que encaminhou para redistribuição
trecho de investigação em que a senadora é citada. Para Zavascki, os trechos
que envolvem a petista não mostram relação [imediata] com as investigações em
andamento sobre corrupção na Petrobrás. Com este entendimento, o ministro
encaminhou o caso à presidência do Supremo para que fosse feita a
redistribuição do caso a outro integrante da Corte. A PGR, no entanto, pediu a
reconsideração da decisão.

[O que nós vemos no Brasil é que o esquema de corrupção vai
muito além do esquema Petrobrás. É um esquema político-partidário de loteamento
de cargos públicos, de corrupção para fins de financiamento privado de campanha
e preencher os bolsos dos próprios corruptos e corruptores. Esse é o grande
esquema, esse é o cenário. A Lava Jato não trata hoje apenas de Petrobrás, mas
trata de um grande esquema político-partidário], disse o procurador.

A vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, que
assinou a peça encaminhada ao STF, aponta o elo entre as informações sobre a
senadora petista e o esquema investigado na Lava Jato. [Dentro do esquema
apurado na Lava Jato, Ricardo Pessoa referia que os valores pagos a título de
propina eram [descontados] da [conta-corrente] que mantinha com o Partido dos
Trabalhadores], escreveu a vice-procuradora-geral.

Em agosto, o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Lava
Jato na primeira instância, enviou ao STF documentos que podem indicar repasses
ilícitos para Gleisi, ex-ministra da Casa Civil. Ela supostamente seria
beneficiária de parte de valores que transitaram pelo [Fundo Consist] ? empresa
envolvida em desvios de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do
Planejamento. O ex-ministro Paulo Bernardo (Comunicação e Planejamento), marido
de Gleisi, também é citado nas informações encaminhadas ao STF. Os documentos
surgiram após a deflagração da 18ª fase da Lava Jato, a Pixuleco II, e fazem
parte de dados apreendidos em escritório de advocacia de Curitiba. (AE)

 (FOTO: EBC)

 

 

 

 

 

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