PALOCCI AGORA QUER ANULAR DELAÇÕES DE YOUSSEF E FERNANDO BAIANO

A defesa do ex-ministro Antonio Palocci vai requerer ao
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a revogação da
homologação das delações premiadas do doleiro Alberto Youssef – peça central da
Operação Lava Jato – e do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano,
apontado como operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobras. A
informação foi divulgada pelo criminalista José Roberto Batochio, defensor do
ex-ministro.

O advogado ampara sua iniciativa na acareação promovida pela
Polícia Federal na quinta-feira passada entre Baiano e o ex-diretor da
Petrobras Paulo Roberto Costa. Frente a frente, Costa desmentiu Baiano, que
alegou ter se reunido com o ex-diretor no comitê eleitoral de Dilma Rousseff,
em 2010, para discutir detalhes de suposto repasse de R$ 2 milhões à campanha
da petista.

[O pedido de revogação está sendo elaborado porque, em
primeiro lugar, antes de haver a delação premiada, o sr. Alberto Youssef já
anunciou que, em razão de um conluio de cela, um ajuste de xadrez, estavam
construindo uma nova delação para justificar a contradição que havia entre os
relatos do doleiro e Paulo Roberto Costa], disse Batochio.

O criminalista destaca que o próprio Costa, quando acareado
com Baiano, lembrou que o doleiro foi à CPI da Petrobras e disse: [Olha, vai
haver uma delação premiada e um novo delator vai esclarecer o episódio
Palocci]. [Quer dizer que essas delações são construídas no mundo das sombras
do cárcere? O que estamos verificando é exatamente que essas contradições ficam
cada vez piores. Fazem essas articulações para consertar uma contradição que
não pode ser consertada nunca. Porque o que eles disseram é uma grande mentira.
O sr. Youssef ajudou a construir essa versão segundo o próprio termo de
acareação (entre Baiano e Paulo Roberto Costa)], afirmou o advogado.

Batochio aponta para um trecho da acareação em que Baiano se
confundiu sobre o hotel em que teria se hospedado em Brasília na época do
suposto encontro entre ele, Costa e Palocci em 2010. [Essa história de Fernando
Baiano dizer, primeiro, que se hospedou no hotel Meliá e depois dizer que pode
ter sido no hotel Naum é um dado objetivo. Isso mostra que a história é
absolutamente mentirosa. Quem é mentiroso não pode receber o benefício da
delação premiada.]

Para ele, [a Justiça não pode aceitar uma delação que pode
levar ao descrédito absoluto (da Lava Jato)]. [Independentemente da anulação
das delações, o fato é que alguém precisa denunciar essas mentiras. (Palocci)
Nunca esteve, nunca recebeu e nunca tratou de qualquer assunto de contribuição
de campanha com o sr. Fernando Baiano.] (Diário do Poder)

(FOTOS: AGÊNCIA BRASIL)

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