MP E AUDITORES APELAM CONTRA REELEIÇÃO DE PRESIDENTE DO TCU

O Ministério Público de Contas e os auditores do Tribunal de
Contas da União fazem uma campanha nas redes sociais para evitar que o ministro
Aroldo Cedraz seja reeleito presidente da corte, na quarta-feira, 2. O ministro
está na mira de uma sindicância interna que investiga suspeita de tráfico de influência
envolvendo seu filho, o advogado Tiago Cedraz, cujo escritório já atuou em
processos no tribunal de contas.

Tiago passou a ser investigado na Operação Lava Jato após o
dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmar em delação premiada que pagou
R$ 1 milhão para que ele atuasse a seu favor no TCU. Pessoa disse também que
pagava R$ 50 mil por mês a Tiago para obter informações privilegiadas do
tribunal.

A investigação está no Supremo Tribunal Federal porque
Pessoa disse que o dinheiro repassado a Tiago pode ter sido usado para pagar o
ministro Raimundo Carreiro, que tem foro privilegiado como integrante do TCU.
Ele é vice-presidente da corte e pleiteia a reeleição. Tiago e Carreiro negam
envolvimento em irregularidades.

[A acusação (de Pessoa) é gravíssima e põe em xeque o
maior patrimônio que uma instituição como o TCU pode ter: sua
credibilidade], escreveu em redes sociais o procurador Júlio Marcelo de
Oliveira, do Ministério Público de Contas.

Auditora do TCU e presidente da Associação Nacional dos
Auditores de Controle Externo, Lucieni Pereira afirmou que defende a saída de
Cedraz da presidência para [blindar] o órgão. Reservadamente,
ministros do TCU se dizem constrangidos. Este ano, Cedraz já fez 35 viagens
custeadas pelo TCU.

Procurado, Cedraz não se pronunciou. Em nota, a corte
informou que [não há postulação ou registro de chapa para eleição do
presidente ou vice-presidente].(AE)

 Foto: Diário do Poder

 

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