Depois
do ataque por professores grevistas ao ônibus da seleção brasileira, no Rio, no
início da semana, a presidente Dilma Rousseff determinou que as Forças Armadas
se façam presentes, de forma ostensiva, nos 15 Estados onde serão realizados
jogos da Copa ou onde houver seleções estrangeiras hospedadas ou treinando.
Dilma quer a presença física de soldados do Exército nos trajetos por onde as
autoridades e seleções passarão, nos arredores dos diversos centros de
treinamento dos jogadores, a exemplo da Granja Comary, no perímetro dos hotéis
onde eles e as autoridades estiverem hospedadas e nas ruas das cidades, onde
for conveniente os militares estarem à mostra. Dilma quer que os militares
sejam visto na maior quantidade de pontos possíveis pela população, para
funcionar como poder dissuasório, desestimulando qualquer tipo de aventura de
baderneiros.
Quer
também dar ?sensação de segurança? à população em geral, aos torcedores e às
autoridades. ?Quero que as Forças Armadas apareçam. Que tenham visibilidade?,
determinou a presidente, segundo informações obtidas pelo Estado. A ordem de
Dilma é que ?todos vejam o Exército nas ruas e se sintam seguros?. A presença
destes militares nas ruas está coberta, legalmente, por um instrumentos já
assinado pela presidente Dilma e publicado no Diário Oficial de segunda-feira,
26, que está sendo chamado de ?GLO preventiva?, que dá o poder de as Forças
Armadas agirem para dar Garantia à Lei e à Ordem (GLO).
Só
que, neste caso, por ser um instrumento preventivo, os militares sairão às ruas
para dar proteção à população, às autoridades e aos atletas, mas não poderão
agir com poder de polícia, ou seja não podem prender, nem atirar, a não ser em
sua própria defesa. Para ter este poder de polícia, o governador do Estado terá
de pedir, oficialmente, a presença do poder federal, alegando impossibilidade
de resolver o problema com seu contingente militar.
O
governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), chegou a falar em pedir uma nova
participação do Exército na segurança, além do que já ocorre no Complexo da
Maré. Mas, até o início da noite desta quinta-feira, 29, Pezão não havia
concretizado o pedido. O Estado do Rio Grande do Norte, que estava enfrentando
problemas de segurança e na sua polícia, está discutindo o pedido com o governo
federal.
Apesar
de o ataque ao ônibus da seleção ter desencadeado a ampliação da atuação das
Forças Armadas, como reforço à Polícia Federal e Polícias Militares, ?esta
disponibilização de reforço em nada altera as competências e funções dos entes
responsáveis pela segurança da copa, já definidas no Plano Operacional?,
asseguraram os Ministérios da Justiça e da Defesa, em nota, acrescentando que
?o planejamento de segurança para a Copa? está sendo feito de forma ?integrada
e coordenada entre as forças de segurança?.
O
objetivo da nota foi aplacar a ira da Polícia Federal, que não gostou das
notícias publicadas de que o Exército assumiria suas funções. Até agora, não há
nenhuma disposição do Planalto de alterar os comandos. No momento, apenas foram
disponibilizados ?os efetivos complementares das Forças Armadas para reforçar
áreas de interesse operacional?. A previsão é que os militares fiquem nestes
postos, em sistema de revezamento, até o dia 20 de julho, uma semana depois do
fim da Copa. São Paulo é o Estado que receberá maior contingente de militares
já que 15 seleções estarão instaladas em diferentes cidades. (Tânia Monteiro,
AE)