Segunda testemunha de acusação a ser ouvida na comissão
especial do impeachment, o auditor fiscal do Tribunal de Contas da União (TCU),
Antônio Carlos Costa DÁvila, afirmou que as operações de crédito realizadas
junto ao Banco do Brasil no governo Dilma são inéditas na gestão fiscal do
País.
DÁvila ponderou que é auditor apenas desde 2004 e que não
verificou contas de governos anteriores a esse período, mas que as operações
que caracterizam as chamadas pedaladas fiscais nunca foram constatadas em
outras gestões.
O auditor disse que não cabe a ele afirmar se as ações da
presidente caracterizam crime de responsabilidade, mas pode dizer que estão em
desacordo com as normas e com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Ele atribuiu exclusivamente ao chefe do Executivo a iniciativa
de projetos de lei de orçamentos e créditos adicionais, julgando que existe
autoria da presidente tanto na edição de créditos suplementares quanto na
operação de crédito relativa ao Plano Safra.
Após mais de 12 horas de sessão, a comissão segue ouvindo
testemunhas de acusação e deve estender os trabalhos durante a madrugada. No
momento, é ouvido Adriano Pereira de Paula, da coordenação-geral de operações
de crédito do Tesouro Nacional. Outras duas testemunhas do quadro do Tesouro
devem ser ouvidas nessa sessão. (Diário do Poder)
(FOTO: WALDEMIR BARRETO)