[Consumir bebida alcoólica na Bahia já é mais caro que em
São Paulo, e pode ficar ainda mais nos próximos dias], é o que afirma Júlio
Calado, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia
(Abrasel). A crítica vem logo após a recente aprovação, pela Assembleia
Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA), da lei que estabelece que empresas
contempladas com incentivos fiscais depositem no Fundo Estadual de Combate e
Erradicação da Pobreza (Funcep) o equivalente a 10 do valor do benefício
concedido (veja aqui). Em nota, a Secretária da Fazenda do Estado disse que a
medida adotada pelo governo repercute unicamente nas empresas contempladas e
não traz nenhum impacto para segmentos que não usufruem desses benefícios. Na
última sexta-feira (17), Calado e outros representantes do segmento de bebidas
estiveram com o governador Rui Costa para propor um acordo que impeça o repasse
para a categoria. [O governo diz que é apenas um corte do subsídio, mas no
final das contas é exatamente um aumento de imposto. A reunião com o governador
foi em cima disso. Ele gostou do que a indústria de bebidas ofereceu, pois não
precisaríamos aumentar o valor dos produtos, o que não afetaria o consumidor
final. Mas não deu uma resposta ainda. Quando voltar da reunião do Confaz
[Conselho Nacional de Política Fazendária] vai nos explicar como ficará a
situação. Ele vai avaliar com outros estados se eles vão realmente entrar com
essa lei. Se esses estados não entrarem, a Bahia também não entrará], afirmou
Calado. A reunião foi o encontro entre governadores marcado com o presidente
interino Michel Temer, nesta segunda (20), em Brasília, quando representantes
dos estados reivindicaram aumento de carga tributária para o enfrentamento da
crise econômica que pressiona fortemente as finanças públicas. [Ninguém aguenta
mais esses aumentos. Ou o governo começa a resolver seus problemas como todo
mundo está tratando de resolver, cortando pessoal, ficando mais econômico e
competitivo ou nós vamos quebrar. Eles não podem, toda a vez que apertar,
buscar a solução no nosso bolso. Os mercados internos, em cada estado, vão
brigar contra esse reajuste], reafirmou Calado. (Bahia Noticias)
Foto: Bahia Notícias