CUNHA REVELA QUE, EM NOME DE DILMA, JAQUES WAGNER OFERECEU-LHE VOTOS DO PT

A entrevista coletiva de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente
afastado da Câmara dos Deputados, não foi para renunciar ao cargo, como
especulado por alguns oposicionistas e até aliados. No evento, realizado esta
manhã no Hotel Nacional, em Brasília, Cunha deu um histórico de sua vida
política e rebateu acusações.

Cunha começou a entrevista relembrando seu histórico na
Câmara dos Deputados, disse que está em seu quarto mandato de deputado federal
e explicou os atritos dentro do PMDB.

O deputado afastado também falou sobre as brigas com a
presidente afastada Dilma Rousseff e a aliança do PMDB com o PT na campanha que
elegeu Dilma. E falou rapidamente do assunto: [Houve uma desconstrução da
imagem de Marina (Silva), que estava líder nas pesquisas, e sabemos o resultado
de hoje], explicou.

Na eleição para presidente da Câmara, Cunha disse que o
governo Dilma tentou abatê-lo – sem sucesso. [Tudo fizeram para tentar me
derrotar. Chegaram ao ponto de dizer que fariam qualquer acordo com deputados
do PMDB para que colocassem alguém do PT. O governo não tinha maioria], disse.

Segundo Cunha, também houve tentativa de acordo para eleger
o presidente do Conselho de Ética. Os deputados teriam pedido sua ajuda e ele
disse que não interferiu. [Isso gerou sequelas até hoje por eu não ter
interferido].

Contas no exterior

[Eu estou absolutamente convicto de que não menti], disse
Cunha sobre os trusts na Suíça. Ele é acusado de ter mentido na CPI da
Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior.

[Minha mulher, sim, tem conta, dentro do padrão do Banco
Central, mas a pergunta não era essa. Ela não tem trust nem offshore] declarou.

Votos do PT

Eduardo Cunha acusou o então ministro da Casa Civil Jaques
Wagner de oferecer todos os votos do PT a favor de Cunha no Conselho de Ética
para beneficiar o deputado. Segundo Cunha, foram feitos três encontros. Um na
casa de Cunha, no Lago Sul, outro na Base Aérea de Brasília, e o terceiro no
Palácio do Jaburu, residência oficial do então vice-presidente Michel Temer.
(Diário do Poder)

Foto: Lula Marques  

 

 

 

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