O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), passou a
ser investigado, no âmbito da operação Lava Jato, pelo recebimento de propina
no exterior. De acordo com o novo inquérito, assinado pela
vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, as investigações podem
confirmar os crimes de “corrupção passiva qualificada e lavagem de
dinheiro” oriundo do esquema para roubar a Petrobras.
A delação tem como base a delação premiada de Fernando Baiano,
acusado de ser operador do PMDB, onde ele explica que a venda da participação
acionária da Petrobras na empresa argentina Transener foi articulada pelo
lobista Jorge Luz mediante pagamento de propina destinada a Renan Calheiros e
Jader Barbalho (PMDB-PA). Além de Renan e Jader, o deputado cearense Aníbal
Gomes (PMDB) também é parte do inquérito mantido em sigilo pela Procuradoria
Geral da República.
Segundo Baiano, os pagamentos a políticos do PMDB só se
tornaram possíveis com a presença de Nestor Cerveró na diretoria Internacional
da Petrobras e a participação de dois ex-ministros argentinos Julio de Vido e
Roberto Dromi.
Renan respondia a nove inquéritos, mas na semana passada o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento de um deles.
Mas, com este novo inquérito, o presidente do Senado tem novamente nove
inquéritos contra ele. (Diário do Poder)
(FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR)