Uma sala isolada, trancada, no terceiro andar do prédio
principal do Supremo Tribunal Federal, está sendo preparada. É onde vai ficar
toda a documentação dos acordos de delação premiada de executivos e
ex-executivos da Odebrecht, 77 no total.
Só o ministro Teori Zavaski, relator da Lava Jato no
Supremo, assessores e juízes da equipe dele terão acesso.
Como os delatores depuseram mais de uma vez cada um, os
procuradores colheram mais de 800 depoimentos dos ex-executivos. O trabalho foi
concluído nesta madrugada, tudo foi gravado em vídeo.
O material será encaminhado ao Supremo na segunda-feira
(19), o último dia de trabalho antes do recesso no Judiciário. Ou seja, um
tempo absolutamente curto para que tudo seja analisado antes do recesso, o que
é considerado atípico.
Mesmo assim, o ministro Teori tentará o possível para que,
ainda na segunda-feira, viabilize um esquema que permita a ele ter condições de
analisar tudo na volta do recesso, em fevereiro, para que possa decidir nos
primeiros dias se homologa ou não os acordos.
Teori, dada a exiguidade de tempo, vai tentar que juízes
auxiliares, durante o mês de janeiro, analisem e cataloguem tudo e,
principalmente, ouçam os 77 ex-executivos da Odebrechet, na presença dos
advogados, e sem a participação dos procuradores, para que eles confirmem se
falaram por livre e espontânea vontade. [G.1- Jornal Nacional]