O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sinalizou que
a reforma trabalhista deve ser aprovada antes da reforma da Previdência na
Casa. Em discurso na capital paulista, Maia garantiu que o projeto de lei com a
readequação trabalhista vai ser aprovado em abril e que a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) da Previdência vai [caminhar] no final de abril e início de
maio. A agenda de reformas, reforçou, vai ser aprovada ainda no primeiro semestre.
[Em abril, nós vamos aprovar a reforma trabalhista ou a
modernização das leis trabalhistas, o nome que seja dado. No final de abril,
início de maio, nós vamos caminhar com a reforma da Previdência, que eu tenho
certeza que vai dar condições para que tanto o governo brasileiro como as
empresas possam projetar investimentos], disse o parlamentar, em discurso
durante a cerimônia de posse do Conselho de Administração da Câmara Americana
de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), em São Paulo.
A mudança na ordem de aprovação projetada por Maia também
esteve presente nos últimos discursos do presidente Michel Temer (PMDB). Na
última sexta-feira, 17, e na manhã desta segunda, 20, o peemedebista falou
sobre as medidas que seu governo está implantando e citou a reforma trabalhista
logo depois do teto de gastos, aprovado no ano passado, e só depois destacou a
Previdência. Anteriormente, Temer costumava referenciar a reforma
previdenciária antes da readequação da legislação do trabalho.
Rodrigo Maia classificou o texto enviado por Temer ao
Congresso como uma reforma [muito justa], pois igualaria as condições de todos
os trabalhadores para se aposentar, e disse estar confiante na aprovação. [Nós
vamos aprovar a reforma da Previdência, nós precisamos aprovar a reforma da
Previdência. Os deputados e deputadas precisam entender que o único caminho que
o Brasil tem é aprovar a reforma da Previdência], enfatizou.
Sem isso, afirmou, o governo brasileiro terá que em 2 ou 3
anos cortar salários de servidores públicos e aposentadorias, o que Maia
ironizou como [grata missão] do próximo presidente da República se a PEC não
for aprovada.
O presidente da Câmara falou ainda que o País pode estar na
mesma situação de seu Estado, o Rio de Janeiro, se não aprovar a PEC. [Essa
realidade do Rio de Janeiro, temos que ter a coragem de falar para os
brasileiros, de que isso pode acontecer com cada um de nós], disse.
Para Rodrigo Maia, as reformas da Previdência e trabalhista
são [fundamentais? para recuperar a confiança de investidores brasileiros e
estrangeiros. ?Se avançarmos nas reformas, Brasil vai ser um ator muito mais
importante do que é hoje nos Estados Unidos, na Europa e em outros países],
disse.
Comentando o cenário brasileiro, Maia disse que o País vive
uma crise política, mas [muito mais] econômica e que o Congresso vai avançar
para aprovar as reformas do governo.
Terceirização
Durante seu discurso, Maia também garantiu a aprovação da
terceirização entre terça e quarta-feira desta semana. A Casa deve apreciar um
projeto de lei que regulamenta a terceirização apresentada em 1998 e que deve
seguir direto para a sanção presidencial. No Senado, há outro projeto com o
tema aprovado pela Câmara em 2015. (AE)
Foto:Flavio Soares Câmara