GOVERNO QUER ACELERAR TRAMITAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA NA CÂMARA

O governo vai tentar votar ainda nesta quarta-feira, 19, um
novo requerimento de urgência para acelerar a tramitação da reforma trabalhista
na Câmara. A pressa para aprovar o texto passa pelo temor de que as
manifestações convocadas pela oposição para o próximo dia 28 façam os deputados
da base desistirem de apoiar o projeto.

[Eu estou avisando, se não aprovarem a urgência do projeto,
a reforma pode ir para as calendas], disse o relator do texto, deputado Rogério
Marinho (PSDB-RN), usando uma expressão que significa adiar algo para uma data
que nunca há de vir.

As centrais sindicais convocaram para o próximo dia 28 uma
greve geral contra as reformas da previdência, trabalhista e a aprovação da Lei
da Terceirização irrestrita. Um interlocutor do governo afirma que, se a
mobilização for muito grande, poderá fazer com que deputados desistam de apoiar
as reformas, por medo da pressão popular.

A derrota durante a votação do requerimento de urgência
nesta terça-feira, 18, surpreendeu o Palácio do Planalto, que vê a aprovação da
reforma trabalhista como um termômetro para o apoio que o governo vai ter nas
mudanças da Previdência.

O governo precisava de 257 votos a favor, mas conseguiu
apenas 230. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu a
responsabilidade da derrota e disse que cometeu um erro ao colocar o projeto em
votação quando não havia número suficiente de deputados no plenário.

Nesta quarta, ele afirmou que a votação serviu de alerta
para a base aliada perceber que precisa [ficar mais atento para não levar
susto]. O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB),
começou o dia ligando para líderes da Casa para garantir a aprovação da
urgência.

Se não conseguir aprovar o requerimento nesta quarta, a
tramitação da reforma deve atrasar, pois o texto terá que seguir prazos regimentais
e poderá ser votado na comissão somente daqui a duas semanas. A ideia do
governo, porém, é aprovar o projeto no plenário da Câmara já na próxima semana.
(AE)

Foto: EBC

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