PALOCCI SE COLOCA À€ DISPOSIÇÃO DE MORO PARA REVELAR [NOMES E OPERAÇÕES]

O ex-ministro Antonio Palocci (Governos Lula e Dilma/Fazenda
e Casa Civil) pediu a palavra nesta quinta-feira, 20, durante seu
interrogatório na Operação Lava Jato, para fazer uma oferta enigmática ao juiz
Sérgio Moro. Ao fim do depoimento, o petista sugeriu entregar informações [que
vão ser certamente do interesse da Lava Jato].

[Fico à sua disposição hoje e em outros momentos, porque
todos os nomes e situações que eu optei por não falar aqui, por sensibilidade
da informação, estão à sua disposição o dia que o sr. quiser. Se o sr. estiver
com a agenda muito ocupada, a pessoa que o sr. determinar, eu imediatamente
apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas
que vão ser certamente do interesse da Lava Jato.]

Palocci surpreendeu o magistrado ao derramar elogios à maior
operação contra a corrupção já desfechada no País – por obra do próprio Moro -,
e que levou para a cadeia ele próprio e outros quadros expressivos do PT. O
ex-ministro, preso desde setembro de 2016, disse que a Lava Jato [realiza uma
investigação de importância].

[Acredito que posso dar um caminho, que talvez vá dar um ano
de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil], acenou.

Palocci foi interrogado em ação penal sobre lavagem de
dinheiro e corrupção ativa e passiva relacionados à obtenção, pela empreiteira
Odebrecht, de contratos de afretamento de sondas com a Petrobras.

Segundo a denúncia, entre 2006 e 2015, Palocci estabeleceu
com altos executivos da Odebrecht [um amplo e permanente esquema de corrupção]
destinado a assegurar o atendimento aos interesses do grupo empresarial na alta
cúpula do governo federal.

O Ministério Público Federal aponta que no exercício dos
cargos de deputado federal, ministro da Casa Civil e membro do Conselho de
Administração da Petrobras, Palocci interferiu para que o edital de licitação
lançado pela estatal e destinado à contratação de 21 sondas fosse formulado e
publicado de forma a garantir que a Odebrecht não obtivesse apenas os
contratos, mas que também firmasse tais contratos com margem de lucro pretendida.
(Diário do Poder)

Foto: Divulgação

 

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