O ex-presidente Lula (PT) participou de uma reunião no
Palácio do Planalto na qual foi acertada propina para a campanha daquela que
viria a ser sua sucessora, afirmou o ex-ministro Antonio Palocci, em seu acordo
de delação premiada.
Ainda de acordo com o delator, a ex-presidente Dilma
Rousseff também teria participado do encontro. As acusações, negadas por Lula e
Dilma, já haviam sido feitas em depoimentos anteriores de Palocci, informa a
colunista Mônica Bergamo, da Folha.
Segundo Palocci, o PT ficava com 3 dos contratos de
publicidade da Petrobras. No anexo 1 de sua delação, o ex-ministro
afirma [que era comum Lula, em ambientes restritos, reclamar e até
esbravejar sobre assuntos ilícitos que chegavam a ele e que tinham ocorrido por
sua decisão; que a intenção de Lula era clara no sentido de testar os
interlocutores sobre seu grau de conhecimento e o impacto de sua negativa].
Parte do acordo de colaboração do ex-ministro teve o sigilo
quebrado pelo juiz Sérgio Moro. Em seu despacho, o magistrado disse que [examinando
o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe
publicidade].
As informações foram incluídas em ação penal relativa ao
Instituto Lula. Entre os benefícios concedidos ao ex-ministro, estão redução de
2/3 da pena. Ele também terá que pagar multa de R$ 35 milhões.
Palocci ainda relatou que houve a [ideia de nacionalizac?a?o
do projeto do pre?-sal], o que ocorreu [pelo aspecto social, de gerac?a?o de
empregos e desenvolvimento nacional, e objetivo, para atendimento dos
interesses das empreiteiras nacionais, as quais tinham o?timo relacionamento
com o governo].
No documento, o ex-auxiliar de Lula também afirmou que seria
[muito mais fácil discutir com a OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo
Corrêa contribuições para campanhas eleitorais do que se tentar discutir os
mesmos assuntos com empresas estrangeiras]. (bahia.ba)
Foto: Wilson Pedrosa/Agência Estado