Do PSDB, ex-governador de São Paulo declara voto em Haddad

O ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), vai anunciar
apoio à candidatura do petista Fernando Haddad à Presidência da República
em um vídeo que promete ser publicado nesta quarta-feira (24), conforme afirma
a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo.

O tucano é dirigente da Executiva nacional da legenda,
embora seja alvo de um pedido de expulsão, e justifica a adesão ao candidato do
PT como um protesto ao opositor dele, Jair Bolsonaro (PSL). Para Goldman, a
fala em que o capitão da reserva insinua perseguição a opositores [ultrapassou
qualquer limite do aceitável].

[Não é um voto pelo PT, mas contra Bolsonaro. Ele representa
tudo o que abominei e vivi na ditadura militar [?] Nunca me passou pela cabeça
que um dia eu pudesse votar no PT, mas o discurso de Bolsonaro no domingo (21)
me colocou além do limite do que é suportável. Contraria princípios
constitucionais], argumenta o político de direita.

Segundo anúncio do presidente nacional do PSDB, Geraldo
Alckmin, candidato derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais, os
dirigentes regionais do partido ficaram liberados para definir o posicionamento do segundo
turno, conforme as conveniências das chapas locais.

Na Bahia, por exemplo, o presidente estadual da sigla, João
Gualberto, firmou apoio a Bolsonaro.

Por outro lado, diante do desenrolar da campanha e
divulgação das falas do candidato do PSL, o próprio Alckmin tem realizado
movimentos internos para demover aliados de se integrarem ao discurso de
extrema direita.

Para ele, em caso de vitória [catastrófica] de Bolsonaro,
não vai demorar muito para que o país comece a ver mais pessoas morrendo nas
portas de hospitais por falta de gestão e investimento na área. Além das
discordâncias ideológicas, Alckmin tem entre os desafetos internos o candidato
a governador de São Paulo João Dória, cabo eleitoral do capitão da reserva no
estado.

Mas o ex-presidenciável não pretende tornar público o
posicionamento pró-Haddad. De acordo com aliados, Alckmin manterá as ações
apenas nos bastidores por temer que a articulação em favor de um petista mine
sua liderança no PSDB, inimigo histórico do PT; partidos que representam a
polarização da política nacional há décadas. (Luís Filipe Veloso-bahia.ba).

Foto: Milton Michida/ GOVSPoldman

 

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