Rodrigo Maia diz que governo precisa construir aliança na Câmara

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou
nesta terça-feira (26) em evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo, que
ainda não dá para saber quantos votos o governo tem na Câmara para aprovar a
reforma da Previdência (PEC 6/19), mas ressaltou que o único partido da base, por
enquanto, é o PSL, do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Maia, o governo
precisa definir que tipo de aliança vai ser construída com os parlamentares.

[O governo tem um líder que está construindo a maioria para
o governo. Nós que conhecemos a importância da reforma vamos ajudar; mas a
amplitude dessa base tem que ser feita pelo Bolsonaro e pelo Onyx (Lorenzoni).
Hoje, eu digo que o governo tem o PSL na base e não tem mais partido nenhum],
afirmou Rodrigo Maia.

Para o presidente da Câmara, é preciso abandonar a discussão da campanha
presidencial sobre o que é a velha política e a nova política. [Existe a
política e o parlamento é ambiente mais importante do diálogo], enfatizou.


Autonomia do BC
Rodrigo Maia citou o exemplo do projeto de autonomia do Banco Central, que está
pronto para ser votado pelo Plenário (PLP 32/03). Ele explicou que a proposta tende a ser apoiada
pelo Executivo e, por isso, precisa da base para ser aprovado, já que, por se
tratar de Projeto de Lei Complementar, necessita de 257 votos favoráveis.

[Ele está pronto para votar. É só o tempo para organizar a base e votar. Eu não
vejo problema de votar antes da Previdência, mas desde que haja base para ser
aprovada com conforto], explicou.

Governadores
O presidente da Câmara destacou que, apesar da resistência dos partidos de esquerda,
os governadores podem contribuir com votos na oposição para aprovar o texto.
Para Maia, os governadores têm consciência da importância do texto já que
muitos já enfrentam uma situação grave nas contas públicas. Ele ressaltou ainda
que após a aprovação da Previdência, a Câmara pode votar projetos de interesse
dos governadores como a securitização (PLP 459/17).

[Sem a reforma, vamos ter quase toda a federação com dificuldade de pagar os
salários, temos que trazer a esquerda pelo apoio dos governadores], sugeriu.
Comunicação

Maia também voltou a defender que as redes sociais ligadas a Bolsonaro tenham
um papel central na defesa da reforma. [Vejo com preocupação esse erro, um erro
primário, de não ter preparado as redes sociais com essa guerrilha. A gente tem
que ter a capacidade de fazer esse enfrentamento. O que vai mobilizar a
sociedade são as redes sociais], afirmou.

Pacote anticrime
Maia também afirmou que outros temas, como infraestrutura, turismo e segurança
pública, deverão ser discutidos pelos parlamentares neste semestre, além da
Previdência. 

Especificamente em relação ao pacote anticrime (PLs 881/19 e 882/19; PLP 38/2019), encaminhado na semana passada pelo ministro
Sérgio Moro, Maia afirmou que ainda não decidiu qual a tramitação do projeto.
Ele lembra que grande parte das medidas já consta de proposta sugerida por um
grupo de juristas (PL 10372/18), coordenado pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal Alexandre de Moraes. [Vamos discutir se vai para uma comissão
especial ou se apenso ao projeto de Alexandre Moraes que é assinado pelos
líderes], informou. (Agencia Câmara)

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Geórgia Moraes

Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

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