O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto
Costa pagou propinas ao PT, ao PMDB e ao PP para financiar a campanha eleitoral
das siglas em 2010, segundo confessou em depoimento à Justiça Federal nesta
quarta feira (8), e afirmou haver recebido |pessoalmente| propina de R$ 500 mil
do presidente da Transpetro, cearense Sergio Machado, que é ligado ao senador
Renan Calheiros, presidente do Congresso, e tio do senador eleito Antônio
Reguffe (PDT-DF). A Transpetro é subsidiária
da Petrobras. Machado se disse indignado com a acusação e o vazamento e ameaça
com processos na Justiça.
Paulo Roberto contou ter sido indicado para o cargo pelo
ex-deputado José Janene (PP-PR), em 2004, com a missão de montar um esquema de
pagamento de propinas para políticos, que era dividida na base de 1 para um e
2 para outro ? sobre valores superfaturados de contratos da Petrobrás com
empreiteiras e fornecedores. O esquema financiou a campanha eleitoral de 2010.
Ele não pôde dizer, em seu relato, os nomes de políticos que
teriam recebido dinheiro de corrupção.|Muita gente|, ele disse, segundo
reportagem de Fausto Macedo para o jornal O Estado de S. Paulo. A competência
para investigar ou processar parlamentares é exclusiva do Supremo Tribunal
Federal, por isso ele não pode citar os nomes à Justiça Federal.
Costa depôs durante cerca de duas horas no processo da
Operação Lava Jato em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado
das obras da refinaria Abreu e Lima. Costa já deixou a sede da Justiça Federal,
em Curitiba, e está retornando ao Rio de Janeiro, onde cumpre prisão em regime
domiciliar.
Ele afirmou que em |outras diretorias| da Petrobrás também
havia esquema de propinas. |Havia um esquema de grupos atuando na Petrobrás,
cada um com seus interesses, cada um com seu operador|.
Sobre a participação de políticos, ele disse. |Os líderes
estão fora desse processo, são agentes políticos, não são as empresas|.
Segundo Costa, as empreiteiras e fornecedores |estavam
submetidas até à quebra se não pagassem propina|.
|Quem não pagava não participava|, declarou o ex-diretor.
(Diário do Poder)