Porta-voz do governo se atrapalha e chama Eduardo Bolsonaro de chanceler

Porta-voz da Presidência, o general Otávio Rêgo Barros se
equivocou nesta sexta-feira (28) e deixou escapar uma troca de nomes que
reforça burburinhos que já circulam dentro e fora do governo.

Durante uma atualização sobre as negociações de um acordo
comercial entre o Mercosul e a União Europeia, em entrevista coletiva à
imprensa no primeiro dia da reunião das 20 maiores economias do mundo (G-20),
Rêgo Barros disse em Osaka (Japão) que havia sido informado por autoridades
brasileiras em Bruxelas de que as tratativas estavam avançadas.

“Eu conversei com Otávio Brandelli (secretário-geral), que
está em contato com o ministro Eduardo? com o ministro Araújo, lá em Bruxelas”,
disse.

Nos bastidores, apesar de o ministro das Relações
Exteriores ser Ernesto Araújo, o cargo muitas vezes tem sido desempenhado por
Eduardo Bolsonaro – deputado federal filho do presidente Jair Bolsonaro, que
acompanha o pai em viagens internacionais.

Um dos episódios envolvendo Eduardo, que é presidente da
Comissão das Relações Exteriores da Câmara, e Ernesto Araújo foi nos Estados
Unidos, durante o primeiro encontro entre Bolsonaro e o presidente americano,
Donald Trump. Na ocasião, o chanceler teria se exaltado por causa da
participação de Eduardo no encontro privado entre os dois líderes.

Outro envolve a mesma visita aos EUA, mas se deu no
Congresso, conforme relatos da imprensa. O deputado Glauber Braga, do PSOL do
Rio de Janeiro, indagou sobre a visita do presidente à Central de Inteligência
Americana (CIA) e, antes que Araújo respondesse, Eduardo começou a discorrer.
Depois, disse que o ministro continuaria respondendo. Braga
então decidiu que era melhor que o ministro nomeado respondesse, e
não o de fato.

Em abril, o jornal O Estadão de S. Paulo também fez uma
reportagem sobre o tema, dizendo que, articulador de viagens presidenciais,
Eduardo Bolsonaro, virou uma espécie de chanceler paralelo. (bahia.ba).

Foto: Alan Santos/PR

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