Nelson Leal lamenta morte do jornalista Paulo Henrique Amorim:

“O jornalismo brasileiro perdeu
um dos seus grandes mestres e a conversa política, a partir de hoje, estará
menos afiada sem Paulo Henrique Amorim, sem dúvida um dos jornalistas mais
brilhantes de sua geração, polêmico, crítico e insubmisso. Somando-se à perda
de Boechat, em fevereiro passado, a crônica política amanheceu hoje muito mais
pobre. Diariamente, o Conversa Afiada – seu site de notícias e comentário –   era uma das minhas primeiras leituras”, lamentou hoje (10.07) o presidente da
Assembleia Legislativa da Bahia ALBA, deputado Nelson Leal, sobre o
passamento do jornalista Paulo Henrique Amorim.

Além da relevância profissional
de PHA – como o jornalista era conhecido – Nelson Leal destaca as relações
afetivas que Paulo Henrique mantinha com a Bahia: era filho do jornalista
baiano Deolindo Amorim, natural de Baixa Grande, no piemonte da Chapada
Diamantina, e casado com a jornalista baiana Geórgia Pinheiro, formada pela
Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. ?Em novembro de
2015, PHA recebeu da Assembleia Legislativa da Bahia o Título de Cidadão
Baiano, através de proposição do então deputado estadual Zé Neto, confirmando
apenas a baianidade que já lhe corria nas veias. Portanto, a relação de carinho
que ele tinha com a Bahia e os baianos não era mera formalidade?, ressaltou
Leal.

O presidente da Assembleia
Legislativa já apresentou moção de pesar junto à Mesa Diretora da ALBA, em
solidariedade aos familiares, aos muitos amigos e milhões de leitores que o
jornalista conquistou em seus 77 anos de vida. ?Rogo a Deus para consolar a
família enlutada, na pessoa da jornalista Geórgia Pinheiro, oferecendo a nossa
solidariedade e o conforto espiritual necessário neste momento difícil de perda
de uma pessoa tão querida e tão importante para o Brasil?, destacou o chefe do
Legislativo baiano.

CAATINGA E BOCA DO INFERNO

À época, em seu discurso na
tribuna, quando da homenagem na ALBA, Paulo Henrique Amorim relembrou das suas
origens e influências baianas: “Essa Bahia de Deolindo Antônio se instalou
naquela casa no Rio de Janeiro, de aposentos modestos, de um funcionário
público subalterno do Ministério da Fazenda e um jornalista de vocação. É a
Bahia da carne do sol, da farinha até a sobremesa, a farinha para cobrir o
melado da cana. Veio junto com Deolindo Antônio, um estilo de escrever que
lembra a caatinga, um estilo seco, sem adjetivo, gracilianamente alagoano, um
estilo na ponta da faca, que o filho herdou. E o filho hoje jornalista, que tem
um blog de nome Conversa afiada, e talvez tenha herdado também da Bahia, além
deste texto sem gordura do pai, uma boca do inferno, de outro poeta daqui,
Gregório de Matos Guerra”.

E continua o seu discurso: “A
Bahia do sertão pra mim caiu no mar quando este cidadão carioca se casou com a
baiana mais bonita da Bahia, Geórgia Cardoso Pinheiro, de Oxum, de todos os
santos e demônios, do acarajé, da música, da gargalhada, da maledicência no bom
sentido, da mesa farta, da família que não termina de chegar já que está sempre
chegando um. Por causa dessa mistura, do seco do Deolindo com o olhar de
Geórgia, me sinto muito honrado de ser baiano”, completou. (Ascom).

Foto: Divulgação/Ascom

 

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