Assembleia realiza sessão especial para celebrar dia do rio São Francisco

O Dia do Rio São Francisco, celebrado em 4 de outubro, foi
tema de sessão especial realizada na manhã desta sexta-feira (4) no plenário da
Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Proposta pela deputada Jusmari Oliveira
(PSD), a cerimônia, que marcou o aniversário de 518 anos do descobrimento do
rio, por Américo Vespúcio, e que discutiu a necessidade de recuperá-lo em suas
nascentes, afluentes e no curso assoreado, contou, na Mesa de Honra, com a
presença do senador Otto Alencar, do deputado federal Otto Alencar Filho, da
deputada Ivana Bastos (PSD) e outras autoridades. Também prestigiaram o evento
a deputada Fátima Nunes (PT) e o deputado Diego Coronel (PSD).

Diante de um plenário lotado, Jusmari destacou que estavam
todos ali unidos no desejo de empreender esforços para salvar o Velho Chico,
chamado de Rio da Integração Nacional, por suas águas cortarem e abastecerem
regiões e estados do Brasil. ?Ele integrou e integra, pois une as regiões e os
povos que estão à beira dele?, afirmou a parlamentar, que ainda lembrou a
pujança de suas águas em tempos passados em contraste com os dias atuais:
?Hoje, quando olhamos o São Francisco, vemos que ele definha, perdeu a sua
grandeza?.

Homenageado com uma placa da ALBA por seu reconhecido
trabalho em defesa do Rio São Francisco, o senador Otto Alencar foi enfático ao
afirmar que “os estados receptores da transposição têm que entender que só
haverá água para suprimento humano se houver revitalização”. Ele atestou a sua
declaração citando a gravidade do assoreamento do São Francisco e de seus
afluentes, muitos deles em estado degradável ou extintos. Segundo Alencar, dos
90 afluentes do São Francisco, 12 estão mortos. 

Otto narrou a trajetória das águas, desde o nascedouro do
rio na Serra da Canastra, a 1.280 metros, até chegar à Bahia, onde recebe, nos
dias atuais, as águas de apenas três afluentes. Lembrou que a Bacia do São
Francisco recebe anualmente 28 milhões de toneladas de sedimentos, o que está
impedindo o fluxo das águas em trechos em que, por exemplo, a inclinação do
rio, na Bahia, é de apenas 6 centímetros. “O rio é grande, mas a quantidade de
sedimentos que está entrando vai levar à destruição dele. A hidrelétrica de
Três Marias, em Minas Gerais, está com 40% do seu reservatório reduzida pelos
sedimentos”, lamentou.

Por fim, o senador disse que “foram investidos 12 bilhões na
transposição e nenhum centavo em revitalização” e que sugeriu ao presidente
Jair Bolsonaro que decretasse estado de emergência da Bacia do Rio São
Francisco, mas que, não somente este, como outros governos, desde Juscelino
Kubitschek, não deram atenção ao grave problema. Como resultado do descaso, ele
declarou que quem viu o rio vivo, forte, hoje o vê agonizante. “É uma grande
obra da natureza, obra de Deus, que está definhando”, concluiu.

Além dos citados, integraram a mesa Eures Ribeiro, prefeito
de Bom Jesus da Lapa e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB); José
Gomes de Souza Filho, o presidente da Comissão Especial de Proteção ao Rio São
Francisco da OAB-BA; Larissa Caires, da Secretaria estadual do Meio Ambiente
(Sema); Pricila Martinez, da Companhia de Desenvolvimento do Vales do São
Francisco (Codevasf); e o professor Tadeu Bergamo, da Universidade Federal do
vale do São Francisco (Univasf). (Agencia Alba).

Foto: Divulgação/Agencia Alba

 

Tópicos