Maia afirma que prioridade do Parlamento é o combate ao coronavírus

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
afirmou que a prioridade do Parlamento é combate à crise da pandemia da
Covid-19 e que não é o momento para discutir o impeachment do presidente Jair
Bolsonaro. Segundo Maia, o momento é de equilíbrio e paciência.

Até agora, foram protocolados 30 pedidos de impeachment de
Bolsonaro (três deles após as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça,
Sergio Moro).

Maia, que não tem concedido entrevista coletiva para a
imprensa nos últimos dias, disse que esse silêncio era necessário para repensar
o papel do Parlamento na crise. Na avaliação do presidente da Câmara, as
projeções para a economia são dramáticas, e o desemprego vai atingir cerca de
16 milhões de brasileiros.

“Nosso papel é ter paciência. Claro que é legítimo discutir
CPIs e outros instrumentos, mas a Câmara, sob a minha presidência, deve agir
com paciência e equilíbrio para que possamos tratar do que é mais importante: a
vida dos brasileiros”, disse o presidente.

Diante da insistência dos repórteres para que desse uma
opinião a respeito dos pedidos de impeachment, afirmou: ?Quando você trata de
impeachment, eu sou o juiz. Eu não posso tratar de temas cuja decisão é minha,
de forma independente.?

Demissão de Moro
Rodrigo Maia foi questionado sobre a demissão do ex-ministro Moro, que acusou
Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal. De acordo com o presidente
da Câmara, a saída de Moro é um problema do Palácio do Planalto e não do
Parlamento.

“Os problemas do governo,  o governo deve tratar. E
desse caso o [procurador-geral da República, Augusto] dr. Aras abriu
investigação e vai chegar a uma conclusão sobre o que disse o ex-ministro e o
que disse o presidente [Bolsonaro]”, afirmou.

Maia também afirmou que o ministro Paulo Guedes tem
colaborado, da forma como ele acredita, no combate ao coronavírus e disse que
qualquer troca de ministro no meio de uma pandemia sempre gera insegurança.
Durante a semana passada, houve uma forte especulação por parte da imprensa de
que Guedes pediria demissão. Hoje, o presidente Bolsonaro reafirmou seu apoio
ao ministro e disse que é ele quem responde pela economia do País.

Ajuda emergencial
Rodrigo Maia também afirmou que o Senado tem legitimidade para retificar,
melhorar ou manter o texto aprovado pela Câmara que garante ajuda ao estados e
municípios para o combate à pandemia com a recomposição nominal do ICMS e do
ISS. Segundo ele, o projeto dos deputados não precisa ser o texto sancionado,
mas é necessária uma ajuda urgente para que os entes federados não entrem em
colapso fiscal. A equipe econômica do governo tem conversado com os senadores
para alterar o texto da Câmara.

“Eu não critico a demora ou não [da aprovação da ajuda aos
estados pelo Senado], porque a Câmara também às vezes demora para votar
projetos. Os projetos são uma construção para chegar a uma maioria ou a um
consenso. Se a demora levar a um acordo, será muito positivo”, disse o
presidente.  (Agência Câmara de Notícias)

Foto: Agencia Câmara de Noticias

 

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