Entre COP30, transição energética e novas parcerias internacionais, cresce a expectativa nacional por um governo que entregue estabilidade, proteção ambiental e geração de oportunidades.
Por Itamar Ribeiro
À medida que o Brasil se aproxima de 2026, torna-se evidente que o eleitor brasileiro está mais atento, exigente e pragmático. No contexto da COP30, temas como meio ambiente, energia renovável, tecnologia, bioeconomia, inclusão social e parcerias internacionais dominam o debate — mas a pergunta central permanece: o que realmente o brasileiro espera para os próximos anos?
Durante a COP30, foi apresentado o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), iniciativa brasileira que visa criar um fluxo financeiro permanente para países que preservam suas florestas. Os números mostram ambição e capacidade de mobilização:
- US$ 5,5 bilhões em compromissos iniciais de governos estrangeiros;
- US$ 1 bilhão de aporte inicial do Brasil;
- Meta de US$ 25 bilhões a longo prazo.
O modelo do TFFF é inovador, baseado em investimento contínuo e não apenas em doações humanitárias. No entanto, o fundo ainda enfrenta resistência de parte dos investidores internacionais e ausência de grandes economias, como a China, que preferiu não participar neste primeiro momento.
Paralelamente, a União Europeia anunciou 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia, enquanto análises do WWF alertam que a Amazônia demanda cerca de R$ 65 bilhões anuais para manter sua saúde ecológica — cifra que ainda está distante da realidade financeira atual.
Outro destaque foi o Programa Eco Invest, que lançou um leilão voltado à Amazônia capaz de mobilizar até US$ 4 bilhões em recursos públicos e privados.
Transição energética: rumo a um Brasil sustentável
Na COP30, o governo brasileiro firmou parceria com a Global Energy Alliance for People and Planet (GEAPP) para ampliar o acesso à energia renovável em comunidades isoladas da Amazônia. O acordo prevê:
- expansão de microgrids solares com baterias;
- gestão comunitária dos sistemas após treinamento técnico;
- triplicação do investimento inicial de US$ 3 milhões nos próximos anos;
- foco em regiões de difícil acesso no Amazonas, Pará e Roraima.
Segundo o ministro Alexandre Silva:
O Brasil está mostrando que é possível combinar inclusão energética, responsabilidade climática e oportunidade econômica.”
Para Woochong Um, diretor-executivo da GEAPP:
“Isso vai além da energia. Trata-se de dignidade, autonomia e futuro para cada família da Amazônia.”
Mas, afinal, o que o brasileiro espera para 2026?
Com base no cenário político, econômico e ambiental, o brasileiro deseja:
- segurança energética, com energia limpa e barata;
- compromisso real com o clima, não apenas discursos;
- crescimento econômico sustentável, com geração de empregos;
- redução das desigualdades, especialmente nas regiões mais remotas;
- tecnologia e inovação chegando à vida das pessoas;
- gestão eficiente, capaz de colocar o Brasil em posição estratégica no mundo.
A COP30 reforça que o país tem potencial para liderar debates globais sobre clima e energia. Mas o eleitor quer mais: quer resultados concretos, estabilidade e um governo que transforme promessas em políticas públicas efetivas.
Em um mundo em rápida transição, 2026 será o ano em que o brasileiro buscará um caminho claro — assim como a luz simbolizada no evento de Coité — para orientar o futuro do país.
Foto: Divulgação/Arquivo

