Participação da Igreja Católica em fatos históricos é tema de exposição na ALBA

A exposição “A Igreja, a Independência da Bahia e outras conquistas” foi inaugurada na tarde desta segunda-feira (30), no Saguão Josaphat Marinho da Assembleia Legislativa. A mostra apresenta uma seleção de documentos históricos que evidenciam a atuação da Igreja Católica em momentos como a Independência da Bahia, a Abolição da Escravidão e a Proclamação da República. A presidente da ALBA, deputada Ivana Bastos, o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, dom Sergio da Rocha, e o reitor da Universidade Católica do Salvador, Deivid Lorenzo, participaram da abertura da exposição.

“Eu achei fantástica essa exposição, pois mostra a nossa história, a nossa luta pela Independência da Bahia, muita coisa que a gente estudou na escola, fatos históricos de nosso Brasil. Conversei com o cardeal dom Sérgio e fiz um convite à Universidade Católica para que em setembro a gente possa fazer novamente essa exposição. Em julho estaremos em recesso parlamentar. Já em setembro a Casa Legislativa estará com mais movimento, inclusive com o trabalho da Escola do Legislativo, que deverá trazer estudantes para conhecer esse acervo e ver essa exposição que engrandece a ALBA, engrandece todos nós”, afirmou a chefe do Legislativo baiano.

O cardeal da Bahia agradeceu à presidente Ivana Bastos por acolher a exposição e também ao Laboratório de Conservação e Restauração Reitor Eugênio Veiga (LEV), da UCSal, pela preservação da história, através de documentos que registram séculos de memória religiosa, social e política do país. Dom Sérgio da Rocha destacou que esse momento é de especial importância, porque não é um simples resgate histórico, mas a valorização desse acervo que tem sido fundamental para compreender a história. “Temos um patrimônio histórico e cultural imenso e nem sempre se dá o devido valor aos documentos e queremos que o Brasil inteiro valorize, seja o 2 de Julho, seja a história da Independência da Bahia. Espero que possamos conhecer melhor a nossa história, mas também participar melhor da própria história, da qual somos herdeiros e sujeitos”, declarou o arcebispo.

Até o meio-dia da próxima sexta-feira (4), parlamentares, servidores e visitantes poderão visualizar de perto 20 (vinte) documentos, entre cartas, atos e ofícios, que revelam a articulação e o apoio de parte do clero às lutas sociais do Brasil, influenciando e mobilizando líderes locais e a população nos processos de libertação, a exemplo da Abolição da Escravidão. Aqui estão a Lei Áurea, de 13 de maio de 1988, assinada pela Princesa Isabel; uma Carta de Alforria de um escravizado chamado Conrado; a Encíclica do Papa Leão XIII, solicitando ao clero brasileiro que desse apoio ao fim da escravidão; e um discurso do arcebispo de Salvador na época, dom Luis Antônio dos Santos, pedindo aos religiosos para criar instituições de acolhimento aos escravos, após o período da libertação.

A exposição traz ainda documentos que registram fatos relativos à Independência da Bahia, como a certidão de óbito da alferes Maria Quitéria de Jesus, que morreu aos 56 anos, em 21 de agosto de 1853, vítima de inflamação no fígado. Constam ainda da mostra os juramentos, realizados perante a Constituição do Império, do Imperador Dom Pedro I e da Imperatriz Dona Maria Leopoldina, além de uma carta do arcebispo dom Luis Antônio, parabenizando o Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente da República Federativa do Brasil. O acervo do LEV é composto por mais de 15.000 metros de documentos que se referem à vida religiosa da sociedade e burocracia eclesiástica, abrangendo o período da segunda metade do século XVII até a primeira metade do século XX.

“E de muita relevância essa experiência que a gente está tendo com o Poder Legislativo. A Universidade tem esse compromisso com o patrimônio cultural da Igreja e também com os fatos históricos do povo brasileiro. O Laboratório Eugênio Veiga, inaugurado em 2002, permite um acesso estrondoso à história da Bahia e do Brasil. Aqui, a gente consegue fazer a ponte entre presente, passado e futuro, porque conhecendo as nossas raízes, conseguimos entender as dificuldades, os desafios e os horizontes que temos à nossa frente”, salientou o reitor da UCSal, Deivid Lorenzo.

Participaram também da inauguração da exposição o coordenador do LEV, professor Álvaro Pinto; o professor da UCSal, Renilson Santos; o restaurador e historiador Pedro Conte; e o analista legislativo, Iramir Morais, representando a Escola do Legislativo. O Laboratório Eugênio Veiga, que funciona no Campus da Pituaçu, também proporciona visitas técnicas e pesquisa para o público externo, através do telefone (71) 3206-7914 ou pelo e-mail lev@ucsal.br (Agencia Alba).

Foto:  CarlosAmilton/AgênciaALBA

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