Pesquisa AtlasIntel feita com exclusividade para o programa GPS CNN deste sábado (1º) aponta que a maioria vê necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula, embora acredite que ela não irá mudar nada o governo.
De acordo com os dados, a maior parte dos entrevistados respondeu que é preciso uma reforma ministerial (42,6%), enquanto uma menor parte (27,3%) declarou considerar pouco necessária e 22,7% afirmaram não ser nada necessária uma reforma.
Quando questionados se a reforma servirá para mudar o governo, 45,6% disseram acreditar que a reforma ministerial não irá melhorar nada o governo; 25,8% que irá melhorar muito e 18,5% que irá melhorar um pouco.
“Há uma percepção pública que tem se consolidado de que o governo está sem uma direção clara”, disse ao GPS CNN o diretor da AtlasIntel, Yuri Sanchez.
“Desde o início, houve falta de definição de marcas claras e de uma comunicação assertiva sobre elas. Isso fez com que o governo Lula perdesse um tempo precioso tentando se garantir principalmente no tema de ter sido eleito em defesa da democracia e em uma reedição de programas das gestões anteriores de Lula”, prosseguiu o cientista político.
E complementou: “Só que a pauta de defesa da democracia foi superada e, diante das altas expectativas para a gestão, as entregas não aconteceram ou foram muito aquém — e isso foi confirmado pelo próprio presidente Lula”.
Ele avalia que “é sintomático que, na metade final do governo, haja uma percepção popular tão grande, de quase 70%, sobre a necessidade de uma reforma ministerial para a correção dos rumos, se somarmos aqueles que a acham muito ou um pouco necessária”.
“Mesmo entre eleitores que votaram em Lula em 2022, uma maioria sólida de 65% também enxerga essa necessidade. Então não é apenas uma percepção daqueles que são contra o governo”, complementou.
Na sequência, disse que “ainda assim, dada a situação atual do governo, com avaliações negativas superando as positivas e a desaprovação em alta, não há unanimidade de que a reforma por si só seja suficiente, como uma bala de prata que irá resolver todos os problemas”.
“Enquanto 46% acham que não irá melhorar nada, 44% acham que a reforma poderá melhorar o desempenho do governo em algum grau, seja muito ou apenas um pouco”, concluiu.
Ranking dos ministros
O levantamento também mostrou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, é a mais bem avaliada do governo, com taxa de 62% de ótimo e bom; seguida dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos), com 54%, Wellington Dias (Desenvolvimento Social), com 51% e Ricardo Lewandowski (Justiça), com taxa de 47%.
O levantamento também apontou os mais mal avaliados. São eles: Juscelino Filho (Comunicações), com 70% de ruim é péssimo; Anielle Franco (Igualdade Racial), com 59% de ruim e péssimo; Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Lupi (Previdência Social) e André Fufuca (Esportes), com 55% de ruim e péssimo cada um.
A AtlasIntel ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é dois pontos percentuais.
CNN/Brasil
Foto: CNN-Brasil