A secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana, afirmou que a central de regulação do estado ainda representa um dos principais desafios da gestão pública na área da saúde. A declaração foi feita nesta terça-feira (22), durante entrevista ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM). Segundo ela, apesar do avanço na taxa de resposta, o volume de pacientes aguardando por atendimento segue elevado.
De acordo com a secretária, 73% dos pacientes que entram na central de regulação da Bahia são atendidos em até 48 horas, e 51% têm o atendimento garantido nas primeiras 24 horas. Ainda assim, há casos de espera prolongada, especialmente entre pacientes que chegam em estado grave por falta de cuidados básicos.
“Muitos não acessaram sequer a medicação do controle diabético ou o pré-natal, o que sobrecarrega a rede de urgência”, observou.
Investimento inclui hospitais e cofinanciamento para municípios
Segundo a secretária, o governo estadual destinou R$ 21 bilhões à saúde pública nos últimos dois anos e meio. O recurso foi aplicado tanto na construção de hospitais quanto no apoio à atenção primária nos municípios. O estado ampliou o valor de cofinanciamento da saúde da família, elevando os repasses por equipe de R$ 1.500 para até R$ 5.000, com base em metas de produtividade, como vacinação e cobertura de pré-natal.
Santana considera que essa descentralização é necessária diante da limitação estrutural do estado. “Por mais que a gente amplie a rede de alta complexidade, não teremos 417 hospitais estaduais. O fortalecimento dos municípios é a única estratégia viável”.
Obras do PAC modificam acesso no interior
Três policlínicas e sete hospitais estão sendo construídos com recursos do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), todos voltados ao interior do estado. Segundo a secretária, esses investimentos têm reduzido deslocamentos longos de pacientes em busca de exames e atendimentos especializados. Ela citou como exemplo o município de Remanso, que receberá uma policlínica para atender pacientes que antes precisavam viajar mais de 600 km até Juazeiro.
O governo afirma que já implantou hospitais de alta complexidade em 70% das 28 regiões de saúde da Bahia. A meta é alcançar todas as regiões. O processo de regionalização, segundo Roberta Santana, também reduz os custos com transporte de pacientes e humaniza o atendimento ao permitir que eles fiquem mais próximos da família.
Hospital Ortopédico é destaque em volume de cirurgias
Outro ponto abordado na entrevista foi o funcionamento do Hospital Ortopédico da Bahia, que realizou mais de 12 mil cirurgias em pouco mais de um ano. A unidade também foi responsável pelo primeiro transplante ósseo do estado.
Segundo a secretária, 85% dos atendimentos de ortopedia tiveram redução no tempo de espera. Santana também rebateu críticas da oposição de que teria havido redução de atendimentos.
“É uma pena que não reconheçam o benefício entregue à população. Os dados estão abertos e são transparentes. Deputados foram convidados a visitar a unidade e viram os resultados”, disse.
Baixa adesão à vacinação preocupa
Durante a entrevista, a secretária também alertou para a baixa cobertura vacinal na Bahia. Até o momento, apenas 39% da população se vacinou contra a influenza. Ela atribui o cenário à desinformação disseminada durante a pandemia e cobrou maior responsabilidade das famílias na atualização das cadernetas de vacinação.
A gestão tem adotado estratégias como vacinação em escolas, unidades móveis e postos montados em locais públicos. A secretária destacou a importância da adesão.
“A vacina está disponível. Não há justificativa para não se vacinar”, concluiu.
Fonte: Muita informação – Otávio Queiroz
Foto: Thuane Maria/GOVBA