União Brasil cogita expulsão de Sabino se ministro decidir ficar no governo

Ministro do Turismo precisa tomar decisão sobre permanência no primeiro escalão ainda nesta sexta (19)

Representantes da Executiva Nacional do União Brasil são categóricos em dizer: se o ministro Celso Sabino (PA), dirigente da sigla, escolher ficar no governo Lula, será expulso da legenda.

A cúpula do partido não trabalha com a ideia de que Sabino possa se licenciar para seguir no cargo e ir ficando até o limite da desincompatibilização, em abril do ano que vem, ou pelo menos até a COP-30, em novembro.

ministro está em uma sinuca de bico porque, no Ministério do Turismo, ele tem uma vitrine para se viabilizar politicamente em seu estado, o Pará, sobretudo por causa do engajamento da organização da conferência climática.

Dentro do União, a visão é de que Sabino tentava ganhar tempo para se manter no cargo e dá sinalizações claras sobre um alinhamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vestindo a camisa – ou o boné – do governo até mesmo no 7 de setembro.

O que acirrou ainda o clima entre o partido e o governo foi a leitura de que o Palácio do Planalto tem digital na investigação e na veiculação de notícias que atrelam o presidente Antônio Rueda ao PCC (Primeiro Comando Capital).

Rueda teve o nome incluído em investigação da PF (Polícia Federal), sob suspeita de ser o dono oculto de jatos executivos usados para transportar integrantes do crime organizado, em voos domésticos e para fora do Brasil.

O partido se uniu em apoio ao presidente, com a divulgação de apoios e a antecipação do desembarque do governo. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu nas redes sociais.

“Repudio as acusações infundadas e levianas feitas em nota divulgada hoje pela direção do partido União Brasil. A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros que exercem posições no governo federal. Aliás, não é a primeira vez que fazem isso. O que não pode é atribuir falsamente ao governo a responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade”, disse em uma publicação no “X”. (CNN).

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil