A Polícia Federal, a Controladoria Geral da União e a
Receita Federal deflagraram nesta terça-feira (10) a segunda fase da Operação
Lama Asfáltica, a [Fazendas de Lama], em Campo Grande (MS) e em São Paulo. Os
contratos sob investigação somam mais de R$ 2 bilhões. O objetivo dessa nova
fase é apurar como os investigados compravam propriedades rurais com recursos
públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações e
recebimento de propinas. Os contratos sob investigação envolvem mais de R$ 2
bilhões. A PF também investiga crimes de lavagem de dinheiro.
A organização criminosa especializada em desviar recursos
públicos, inclusive do governo federal, atuava no ramo de pavimentação de
rodovias, construções e prestação de serviços nas áreas de informática e
gráfica.
Cerca de 200 policiais federais, 28 servidores da CGU e 44
da Receita Federal dão cumprimento a 28 mandados de busca e apreensão e a 15
mandados de prisão temporária, nos municípios de Campo Grande/MS, Rio Negro/MS,
Curitiba/PR, Maringá/PR, Presidente Prudente/SP e Tanabi/SP. Também são
cumpridos 24 mandados de sequestro de bens de investigados.
Alvos
Em Campo Grande, a operação da Polícia Federal cumpriu
mandado de busca e apreensão no apartamento do ex-governador de Mato Grosso do
Sul, André Puccinelli (PMDB). A PF esteve na casa do empresário João Amorim, na
do ex-secretário de obras de Mato Grosso do Sul, Edson Giroto, e na residência
da secretária de Amorim, Elza Amaral. Todos na capital sul-mato-grossense.
Em Presidente Prudente (SP), os agentes estiveram no
escritório da empresa Encalso, que atua na área da construção civil. A empresa
não comentou sobre a ação policial.
Em Maringá (PR), a PF cumpriu mandado na empresa Sanches
Tripoloni. Em contato com a Sanches Tripoloni em Maringá, foi con rmada a ida
dos agentes da Polícia Federal à empresa, mas não foi informado quanto tempo os
agentes permaneceram no local nem o que eles teriam apreendido. A Sanches
Tripoloni informou que a empresa não vai se posicionar a respeito da operação.
Primeira fase
Durante a primeira fase da Lama Asfáltica, cujas
investigações iniciaram-se em 2013, foi constatada a existência de um grupo
que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturaram obras
contratadas com a Administração Pública. A organização atuava mediante a
prática de corrupção de servidores públicos e fraudes em licitações,
ocasionando desvios de recursos públicos. (Diário do Poder)