[Memórias de um Capoeira] é o novo livro que será lançado
pela Assembleia Legislativa da Bahia, no próximo dia 12, às 16h, no Saguão
Deputado Nestor Duarte. A obra, mais uma do projeto Assembleia Cultural, é um
relato autobiográfico de Aristides Pupo Mercês, o Mestre Aristides, que começou
na arte ainda menino aos 14 anos. [O Mestre Aristides praticamente vivenciou a
capoeira em todo o seu eclético potencial, utilizando-a sobretudo como
instrumento de educação, mas também como recurso terapêutico, artístico, cultural,
além do esporte], escreveu, no prefácio do livro, a jornalista Gilka Bandeira.
Já o senador Otto
Alencar, amigo, discípulo e também praticante da capoeira, define Mestre
Aristides como [um craque na preservação da cultura, um defensor de nossas
raízes que arrepia com os sons do berimbau e do atabaque, que expõe a ginga
regional da coreografia misturada com a luta e a defesa dos que sabem que às
vezes recuar também é golpe e quem bate nem sempre se lembra e quem apanha
nunca esquece].
No livro, Mestre
Aristides conta sua luta para sobreviver da capoeira e, depois, para criar a
Federação Baiana de Capoeira. Ele também foi um dos maiores defensores de uma
política nacional de valorização da capoeira, que culminou com seu tombamento
como patrimônio cultural do Brasil. [Uma das lembranças mais importantes foi a
batalha para inclusão da capoeira no currículo do curso de Educação Física da
Universidade Católica de Salvador, que teve seus desfecho favorável em 1982],
explicou o próprio Mestre Aristides no livro.
É dele também projeto
de inclusão da capoeira como matéria curricular das escolas públicas do estado.
[Após ter elaborado projetos de implantação da capoeira como instrumento de
educação em diversos municípios deste estado, inclusive em Salvador, que
esbarram na burocracia e na falta de sensibilidade dos prefeitos, vejo agora a
possibilidade deste sonho se tornar realidade], afirmou ele.
No final do livro,
Mestre Aristides faz uma reflexão da capoeira e sua vida. [Durante este
percurso, a capoeira se apresentou para mim de várias maneiras, provando que a
alma de um capoeirista está eternizada na humildade e simplicidade de seus atos
e no seu modo de ver a vida], afirmou ele, concluindo: [Agradeço a Deus por ter
tido a oportunidade de trilhar todos esses caminhos com um sucesso que me
satisfaz. Portanto, sinto-me realizado].
O programa editorial
da Assembleia se revelou uma útil ferramenta de marketing cultural, cuja
execução rendeu nos últimos anos o resgate de publicações importantes fora dos
catálogos há décadas. Livros significativos encontrados unicamente em
bibliotecas particulares ou sebos foram relançados através do programa, assim
como obras importantes foram apresentadas às novas gerações graças à
iniciativa. Essa é a gênese da coleção Gente da Bahia formada por publicações
autorais, sempre ilustradas com fotografias. Foi elaborado ainda um projeto
gráfico para marcar essas publicações, conferindo unidade gráfica ao conjunto
da obra, porém com flexibilidade para diferenc iar um livro do outro. (Ascom)