O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) fez da
residência de seu amigo e cardiocirurgião, José Wanderley Neto, o comitê
alagoano de campanha do candidato à reeleição a presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no último domingo (8), em Maceió. O apoio do
senador à reeleição de Maia foi declarado no almoço encomendado a Wanderley, que
é tesoureiro do PMDB em Alagoas. E reuniu cinco dos nove deputados da bancada
federal alagoana.
Além de Renan e Rodrigo Maia, estiveram presentes os
deputados alagoanos Givaldo Carimbão (PSB), Nivaldo Albuquerque (PRP), Pedro
Vilela (PSDB), Rosinha da Adefal (PTdoB) e Cícero Almeida (PMDB). Praticamente
em casa, o senador alagoano engoliu a raiva por ter perdido espaço para o
presidente da Câmara dos Deputados junto ao governo de Michel Temer (PMDB) e
fez campanha para o colega.
Doutor Wanderley foi vice-governador de Alagoas, no primeiro
mandato de Teotonio Vilela Filho (PSDB), indicado por Renan. O ex-governador
tucano também participou do almoço, bem como o ministro do Turismo Marx
Beltrão, licenciado do cargo de deputado federal pelo PMDB de Alagoas.
Quem recebeu o presidente Rodrigo Maia no Aeroporto Zumbi
dos Palmares foi o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), às 9h30, com o qual
conversou reservadamente, assim como o deputado João Henrique Caldas, o JHC
(PSB-AL).
ALÉM DA HOMENAGEM
Pela conversa tratada no almoço, Renan não apenas homenageou
o colega de Congresso, mas tentou convencer os integrantes da bancada a votar
na reeleição de Maia. O objetivo de Renan não pôde ser alcançado de imediato,
porque alguns parlamentares ainda esperam seus partidos fecharem questão a
respeito da disputa, que também envolve os candidatos Rogério Rosso (PSD-DF),
Jovair Arantes (PTB-GO) e André Figueiredo (PDT-CE).
Apoiar a reeleição do presidente da Câmara, claramente
inconstitucional, é até coerente para quem, como Renan, se acumpliciou com o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para violentar a
Constituição, fatiando o processo de impeachment e ignorando a previsão
constitucional de suspensão dos direitos políticos de Dilma Rousseff (PT). (Davi
Soares-Diário do Poder).
(FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR)