CORONEL ATENDE PLEITOS DE 143 COMUNIDADES INDÍGENAS

O deputado Angelo Coronel (PSD) confirmou presença no ato de
abertura do Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia, que acontece a partir de
segunda-feira, até o dia 31, no Centro Administrativo da Bahia, CAB. Os
caciques recebidos no gabinete da presidência da Alba nesta sexta-feira (26),
representam 143 comunidades, 22 etnias e os quase 57 mil índios de nosso
estado. Eles haviam pedido a audiência através do presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Casa, deputado Marcelino Galo (PT), que os acompanhou.

A conversa foi marcada pela informalidade e o presidente
Angelo Coronel chegou a colocar um cocar na cabeça. Posou empunhando uma lança
e manifestou seu apoio ao movimento dos indígenas pelo reconhecimento dos
direitos que a Constituição lhes garante: [Esta Casa sempre estará aberta para
ouvir os reclamos da sociedade, dos baianos, sem distinção de classe, religião
ou etnia. Respeito o trabalho reivindicatório realizado dentro da ordem como o
organizado pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia].

Nessa audiência o cacique Payayá solicitou – e foi
imediatamente atendido – apoio para a realização do encontro, [a nossa
assembleia aqui ao lado da Assembleia Legislativa]. No ato, o presidente da
Alba encarregou o chefe da Assistência Militar, coronel Xavier, de adotar as
providências necessárias ao atendimento de todos os pleitos: Aluguel de 20
banheiros químicos, obtenção de eletricidade para o evento, carros pipa,
utilização de parte do estacionamento lateral para a instalação da cozinha do
acampamento e disponibilização do Serviço Médico para qualquer eventualidade.
Presenteado com um livro de poesias sobre a natureza, de Payayá, autorizou
ainda a reedição desse volume pelo projeto Alba Cultural.

O deputado Marcelino Galo explicou que os povos indígenas de
todo o Brasil enfrentam problemas sérios que ameaçam a própria sobrevivência de
algumas comunidades, pois está emperrada a regularização de terras (existem
conflitos de Norte a Sul) e as lideranças políticas do país muitas vezes se comportam
como se fossem inimigos dos índios: [Não há vontade política para a
regularização fundiária determinada pela Constituição, pois existe o apoio
quase explícito à exploração sem limites dos nossos recursos naturais, dos
minérios à monocultura dos grandes latifúndios].

A solicitação de apoio foi formalizada através de um ofício
do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia, Mupoiba, tendo
o deputado Angelo Coronel se comprometido ainda de levar para o Congresso
Nacional o apoio da Alba à regularização dessas terras indígenas. Bem humorado,
ele só deixou de atender a uma solicitação dos caciques, [embora compreendo a
importância política da reivindicação ? da próxima legislatura contar pelo
menos com um deputado índio. Um feito inédito no país, garantiram, desde que o
cacique Juruna se elegeu deputado federal pelo Rio de Janeiro:

[Essa aí, caciques, eu vou ficar devendo. Não depende de
mim, e sim da densidade eleitoral que um representante indígena possa obter e
eu já tenho compromisso nesse segmento, pois considero a comunidade bem
representada aqui na Alba pelo excelente deputado Marcelino Galo]. Todos riram,
e ele acrescentou que [olhando bem, o Marcelino tem até um biotipo com raízes
indígenas]. A audiência foi encerrada com os caciques cantando uma música
tradicional de agradecimento. (Ascom)

FOTO: SANDRA TRAVASSOS

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