JANOT DENUNCIA TEMER, JOESLEY E MAIS 7 AO STF; PRESIDENTE É ACUSADO DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E OBSTRUÇÃO DE JUSTIÇA

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou
ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (14) uma nova denúncia
contra o presidente Michel Temer, desta vez pelos crimes de obstrução à Justiça
e organização criminosa.

Outras oito pessoas são alvos da mesma denúncia (dois
ministros, dois ex-ministros, dois ex-deputados, um empresário e um executivo).
De acordo com o procurador, os políticos denunciados arrecadaram mais de R$ 587
milhões em propina.

O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F,
e o executivo Ricardo Saud, ambos delatores da Operação Lava Jato, estão entre
os denunciados, mas somente pelo crime de obstrução de Justiça.

Eles tinham a garantia de que não seriam denunciados nem
presos, mas Janot entendeu que houve descumprimento dos termos do acordo de
delação premiada. Na última sexta, ao expedir mandado de prisão de Joesley, o
ministro Edson Fachin, do STF, suspendeu os efeitos do acordo. Agora, o
procurador-geral decidiu rescindir o compromisso, ressalvando que as provas
obtidas a partir da colaboração dos delatores permanecem válidas.

O STF somente poderá analisar a denúncia contra Temer se a
Câmara autorizar. Em agosto, a Câmara rejeitou a primeira denúncia de Janot
contra Temer, por corrupção passiva.

Além de Temer, Joesley e Saud, também foram denunciados
nesta quinta:

Eliseu Padilha (PMDB-RS), ministro da Casa Civil

Moreira Franco (PMDB-RJ), ministro da Secretaria-Geral

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-deputado

Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-deputado e ex-ministro

Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro

Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-deputado e ex-assessor de
Temer

Organização criminosa

Segundo Rodrigo Janot, Temer, Cunha, Henrique Alves, Geddel,
Rocha Loures, Padilha e Moreira Franco, todos integrantes do PMDB, formaram um
núcleo político para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos.

De acordo com a denúncia, os integrantes do suposto esquema
receberam valores de propina que, somados, superam R$ 587,1 milhões, arrecadados
de empresas e órgãos públicos, entre os quais ais Petrobras, Furnas, Caixa
Econômica Federal, Ministério da Integração Nacional, Ministério da
Agricultura, Secretaria de Aviação Civil e Câmara dos Deputados. (Vladimir
Netto, Renan Ramalho e Filipe Matoso, TV Globo e G1, Brasília).

Foto: José Cruz ABR

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