Israel tem agora a oportunidade de ser o protagonista no
processo de construção da necessária paz internacional. A autodeterminação do
povo palestino faz-se premente na nova ordem mundial, como se fez urgente a dos
judeus em 1947, direitos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A mensagem do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia
(ALBA), deputado Angelo Coronel (PSD), foi passada na tarde desta quinta-feira
(26), durante concorrida Sessão Especial da Alba, que celebrou a passagem dos
70 anos de criação do Estado de Israel, em 1948, na presença do embaixador do
Governo de Tel Aviv no Brasil, Yossi Shelly.
A sessão concedeu a Comenda 2 de Julho, maior honraria da
Casa, ao desembargador Maurício Kertezman Szporer, e o Título de Cidadão Baiano
ao advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, iniciativas dos deputados Adolfo
Viana (PSDB) e Zé Neto (PT).
Chefe do Legislativo estadual exortou os líderes mundiais dos
cinco continentes a se debruçarem sobre a agenda da paz internacional, para
quem esta conquista passa, necessariamente, pelo estabelecimento de uma relação
harmoniosa entre árabes e judeus, além da imprescindível criação de uma Nação
Palestina independente.
[Jamais haverá paz no mundo com um Oriente Médio
beligerante. A busca da dignidade humana deve ir além das fronteiras da região.
Esse é um dos grandes temas globais da atualidade. Nós, homens públicos, temos
um dever com a história. O povo judeu tem hoje a oportunidade e sabedoria
suficiente para protagonizar a construção da paz mundial], afirmou, Coronel
Várias autoridades compuseram a mesa, como a
procuradora-chefe Ediene Lousado; o presidente do Tribunal Regional Eleitoral
(TRE), desembargador Edvaldo Rotondano; o prefeito de Salvador, ACM Neto; o
ministro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), André Godinho; o presidente da
Sociedade Israelita, Miguel Kertzman; a presidente do Instituto Assembleia de
Carinho, Eleusa Coronel; o desembargador federal Cândido Ribeiro; o
ex-governador Paulo Souto; além dos deputados Zé Neto (PT) e Adolfo Viana
(PSDB) e representantes do Governo do Estado e da Defensoria Pública.
HISTÓRIA REVISITADA
Ao falar da importância dos judeus brasileiros no
desenvolvimento do Brasil e da Bahia, o presidente da Alba disse que homenagear
os 70 anos de Israel é positivo em diversos aspectos, inclusive para nos levar
?ao salutar hábito de revisitar os livros de história, que nos convidam a uma
releitura face às constantes mudanças por que passa o mundo?.
O parlamentar lembrou a saga do povo hebreu, que viveu na
região da Mesopotâmia por volta do 2º milênio a.C (antes de Cristo). [Ou seja,
judeus e árabes têm a mesma origem semita]. Ele também salientou o relevante
papel do diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão da ONU, em
Nova Iorque, em 29 de novembro de 1947, que aprovou a criação do Estado de
Israel.
Angelo Coronel condenou o comércio mundial de armas e
convocou chefes de Estado e de Governo internacionais a uma reflexão. [A
cultura bélica é perversa na essência, notadamente com os mais pobres, e
recrudesce a opressão do maior sobre o menor. As nações precisam fazer ascender
uma nova geração de políticos defensores e afeitos à cultura da paz],
enfatizou.
O deputado pessedista observou que a cultura da guerra é
nociva até para quem semeia, ressalvando que o mundo assiste hoje ao maior
número de refugiados após a 2ª Guerra Mundial.
[Enquanto homem público for, buscarei semear os
valores da solidariedade internacional e da dignidade humana. Sou um sonhador.
Acredito que árabes e judeus ainda sentarão à mesa para dialogar e discutir a
adoção de políticas públicas comuns em favor de seus povos], confessou o
deputado.
O embaixador israelense destacou a alegria em estar na Bahia
para celebrar o aniversário de seu país. Yossi Shelly lembrou a perseguição
nazista ao seu povo e disse que os judeus são gratos aos brasileiros, sobretudo
ao diplomara Oswaldo Aranha pela sua posição como presidente da ONU em 1947 e
1948. Ele afirmou que o governo de Tel Aviv tem buscado acordos pelo mundo que
visam à construção da paz no Oriente Médio, assim como de parcerias de caráter
comercial com o Brasil. (Ascom)
Foto: Vaner Casaes