Nome do vice Michel Temer aparece em planilha de empreiteira do Petrolão

A Polícia Federal apreendeu planilhas na sede da
empreiteira Camargo Correa, em São Paulo, com nomes de políticos como o
vice-presidente Michel Temer (PMDB) ao lado de valores em dólares e de obras de
infraestrutura estimadas também na moeda estrangeira. Os políticos aparecem em
tabelas, organizadas por partidos. Os políticos citados nas planilhas vem
acompanhados por números isolados. A primeira tabela é reservada aos políticos
do PT. São feitas duas referências a Temer no documento, cada uma seguida pelo
valor de US$ 40 mil.

Por meio de sua assessoria, Temer negou vínculo com a
empreiteira e afirmou que ele nunca recebeu recursos da Camargo Corrêa |a
qualquer título|. O vice-presidente também garante que nunca destinou emendas
para obras em Araçatuba e nem para obras rodoviárias em Praia Grande, quando
foi deputado federal. São cidades que aparecem ao lado do nome de Temer nas
planilhas apreendidas pela PF na sede da empreiteira, ao lado dos valores de
US$ 40 mil. A informação é de reportagem de Ricardo Brandt, Ricardo Chapola e
Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.

Na mesma tabela, constam nomes de outros deputados,
senadores e prefeitos.

A PF não faz nenhuma análise sobre o documento porque os
políticos mencionados detêm foro privilegiado perante os tribunais superiores ?
no caso dos parlamentares, o Supremo Tribunal Federal (STF) detém competência
exclusiva para abrir investigação.

Sem autorização do STF, a PF não pode investigar
deputado nem senador.

A PF apenas juntou aos autos da Operação Lava Jato o
documento apreendido na empreiteira, que é alvo da investigação por suspeita de
ter integrado o cartel que assumiu o controle dos maiores contratos da
Petrobrás.

Não há nenhuma menção nas planilhas encontradas na
empreiteira a um suposto caixa 2 ou pagamento de propinas. São nomes lançados
ao lado de valores. Na apreensão, a PF também encontrou planilhas que apontam
doações que teriam sido feitas pela empresa a políticos do PT, PSDB, PMDB, DEM,
PDT e PT nas eleições de 2012.

O material foi apreendido pela polícia durante o
cumprimento de um dos mandados de busca da Operação Lava Jato, que investiga um
esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo políticos e empreiteiras.

O criminalista Celso Vilardi, constituído pela Camargo
Corrêa, disse que não iria comentar o documento apreendido pela PF porque não teve
acesso a ele. (Diário do Poder)

Imagem: Roberto Stuckert Filho-PR