Zé Raimundo (PT): “Vitória da Conquista precisa de um projeto de futuro”

Membro da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Zé Raimundo fala, sobre a política em Vitória da Conquista, analisa o cenário estadual e nacional e avalia o papel do presidente Lula, no contexto internacional em entrevista ao Soterópolis Noticias.


Soterópolis Notícias (SN): Como o senhor analisa a situação política do município de Vitória da Conquista, uma vez que a atual administração não é de seu partido?

Zé Raimundo (ZR): “Olha, nós estamos observando, junto à militância, ao deputado federal Valdenor Pereira e outros companheiros, vereadores, lideranças comunitárias e partidárias, que o quadro político em Vitória da Conquista hoje, especialmente para o grupo que dirige a cidade sob a administração da prefeita Sheila, está muito confuso. Pulverizaram as pré-candidaturas.

Nosso grupo está atuando com força: somos três deputados — eu e Fabrício como estaduais, e Valdenor como federal. Vamos trabalhar em defesa do programa do governador Jerônimo Rodrigues e do presidente Lula, mostrando os grandes investimentos, que Conquista vem recebendo: milhões na área da educação e da saúde, obras e estradas e a agenda em evolução da duplicação da Rio-Bahia.

Enquanto isso, no plano municipal, há um campo vinculado ao Bolsonarismo e outro ligado ao ex-prefeito de Salvador, mas ambos sem apresentar um projeto consistente para a cidade. No âmbito estadual e nacional, percebemos que esse grupo está sem muita energia.

Nós, ao contrário, continuamos dialogando, com todas as correntes de Conquista, inclusive setores do governo municipal, sempre defendendo os valores da democracia, combatendo o golpismo e a anistia para quem tentou implantar uma ditadura. Queremos mostrar que Conquista precisa de um projeto de futuro conectado com Jerônimo Rodrigues e Lula.”


SN: O que o senhor acha do cenário nacional? O bolsonarismo ainda está forte no país? O senhor acredita que a direita pode vencer as eleições de 2026, se Bolsonaro não for candidato e nomes como Tarcísio de Freitas (presidente) e ACM Neto (governador) despontarem no cenário político?

ZR: “Se essa pergunta tivesse sido feita há seis meses, eu seria um pouco duvidoso, não pessimista, mas inseguro em relação ao futuro da esquerda. Porém, após a mudança de conjuntura, com o presidente Lula se destacando no cenário internacional, dialogando com o mundo e enfrentando pressões externas, o quadro mudou.

A extrema-direita tem defendido posições que criam rejeição popular, enquanto Lula elevou sua aprovação. O governador Jerônimo também tem percorrido muito a região, inclusive Conquista, o que fortalece nosso campo político.

Vejo que o racha na direita e na extrema-direita tende a nos favorecer. Enquanto isso, a família Bolsonaro segue em disputas internas, o que enfraquece esse campo. Nós vamos confiar em nossas energias, no trabalho, nos princípios e na empatia com o povo mais fragilizado. O debate eleitoral não pode se limitar a votos, mas precisa valorizar a democracia, a distribuição de renda e a melhoria da qualidade de vida da população.”


SN: Como o senhor avalia o rápido encontro entre o presidente Lula e Donald Trump, que durou cerca de 30 segundos? Pode haver desdobramentos positivos?

ZR: “Acredito que a tendência é melhorarmos ainda mais o desempenho do presidente Lula. O mundo inteiro tem visto o Brasil de forma positiva. Lula se projetou como um líder internacional em defesa da democracia e do livre comércio.

Na prática, o que ele prega é um liberalismo econômico moderno, que até setores históricos da burguesia defendem. A extrema-direita não entendeu esse movimento. Tenho certeza de que, a população brasileira vai apoiar firmemente o nosso presidente e o seu projeto de nação.” (SN).

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