Ariano Suassuna, guerreiro do sol

Irreverente, tem dito que se soubesse que fazer 80 anos dava tanto trabalho teria ficado nos 79. O fato é que suas oito décadas de vida têm sido marcadas, ao um só tempo, pela tragédia familiar (teve o pai, ex-governador, deputado federal e advogado João Suassuna, assassinado no Rio de Janeiro em 1930) e pela construção de uma obra multifacética e coerente que funde o barroco medieval ibérico com expressões populares nordestinas.

Malu Fontes: o cangaço popular

Embora o último cangaceiro do bando de Lampião já tenha morrido (há um mês, aos 97 anos), dificilmente haverá um nordestino que nunca tenha ouvido uma referência à turma de Virgulino Ferreira da Silva, que nos anos 20 e 30 aterrorizou o interior do Nordeste. A palavra cangaço é ainda tão forte no imaginário nordestino que tem sido usada para nominar de novo cangaço os bandos armados que hoje chegam às pequenas e médias cidades do interior do país e, armados até os dentes, ameaçam a população, prendem as autoridades, inclusive e sobretudo a polícia, disparam tiros para o alto e explodem com bombas agências bancárias em assaltos cinematográficos apavorantes.

Assim, estou fora

Em 2010 passei a achar que seria muito difícil continuar a disputar mandatos parlamentares sob o atual sistema eleitoral, uma vez que estava ficando maduro um processo de desideologização e despolitização da política. O que estava passando a valer mesmo, era a mercantilização.

Para aquele ano, entretanto, eu ainda via chances de me eleger, com votos espalhados por todo o Estado e votos de opinião.

Como reduzir o número de partidos?

certeza o Brasil estará no topo da lista.

Uma grande quantidade de partidos poderia ser positivo, caso eles representassem, pelo menos em sua maioria, programas ou pensamentos distintos, próprios, expressando os anseios de uma parcela da sociedade.

Os fatos pertencem aos repórteres

Quando comecei a trabalhar como repórter de O Globo, no Rio, em 1958, metade da redação recusava-se a utilizar as máquinas de escrever Remington. Acostumados a escrever a mão, em laudas não pontilhadas, os velhos companheiros que a gente admirava de longe, sem coragem de puxar conversa, mandavam sua produção para as oficinas, no andar de baixo.

Malu Fontes: o Tribunal da web e o cachorro de Zúñiga

Nos últimos anos, inaugurou-se uma nova esfera da vida pública: a internet. Ou, melhor dizendo, instituiu-se na vida de quase todo mundo a dimensão das redes sociais. Nela, estranhamente, pessoas comuns, homens e mulheres considerados normais dentro de parâmetros consensuais, tornam-se, ao menor estímulo, bestas-feras dispostas a desfilar um corolário de ofensas inimagináveis.

Os bilhões da Copa do Mundo

O jornalista Nathaniel Parish Flannery, colaborador de várias publicações americanas em áreas como crime organizado, política, cultura e economia, escreveu um bom artigo no site da Forbes sobre a Copa do Mundo.

O jornalismo de hoje: entre o mercado e o povo

Para aqueles que aspiram ser jornalistas hoje em dia, a primeira lição é: deve querer ser jornalista porque crê que está fazendo algo útil, e que se está realizando quando o faz? do contrário, melhor trabalhar em um banco, onde há menos estresse e mais dinheiro e respeitabilidade. Mesmo assim, poucas profissões oferecem um impacto tão importante e necessário para a sociedade quanto o jornalismo.

Não passa de hoje

Conforme a lei eleitoral, não pode passar de hoje o anúncio, pelos tucanos, de quem será o co-piloto de Aécio Neves. Aliás, já deveria ter sido escolhido há algum tempo o candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador de Minas.

Malu Fontes: ah se fosse um estagiário…

Nessa Copa já houve coisa que Deus duvidava. Chilenos ensandecidos invadindo o Maracanã num típico efeito manada e desembocando sem querer sobre telas, câmeras, computadores e um batalhão de jornalistas do mundo inteiro na central de cobertura dos jogos. A seleção croata fotografada em nu frontal na Bahia com direito a blur peniano. Yellow blocs (o novo sinônimo de almofadinhas, substituindo precocemente os coxinhas) em Sumpaulo protestando com ira profunda por pagar milhares de reais pra ver o Brasil jogar num camarote VIP e ao chegar lá descobrir que ao invés de 200 havia quatro mil pessoas no espaço ostentação.